Paquistaneses protestam contra novos casos de mortes e estupros de crianças
Islamabad, 18 set (EFE).- Cerca de 1 mil paquistaneses saíram às ruas de Kasur, nesta quarta-feira, como protesto contra a passividade policial diante do assassinato de três crianças entre 8 e 9 anos, em uma cidade atingida nos últimos anos por fatos similares que já suscitaram em outros episódios de ira popular.
"As pessoas se reuniram em frente a uma delegacia para protestar. Eles queimaram pneus e atiraram pedras na polícia", disse à Agência Efe, Khawar Hussain, porta-voz da sede policial atacada pelos manifestantes em Kasur.
Vários mercados também fecharam em protesto à descoberta ontem dos corpos das três crianças em campo aberto em zona industrial.
Um dos corpos foi identificado como Faizan, um menino de 8 anos desaparecido há dois dias, e que segundo a autópsia, foi estuprado antes de ser estrangulado.
Os outros dois corpos estão em estado irreconhecível, mas a polícia acredita que se tratam de Suleman Akram, também de 8 anos, e Suleman Akram, de 9, desaparecidos em agosto.
Um quarto menino de 12 anos desapareceu em junho e ainda não foi encontrado.
Diante da fúria dos moradores, a polícia anunciou a formação de três equipes para investigar estes casos.
Kasur já sofreu protestos violentos que causaram duas mortes em janeiro de 2018, pelo estupro e assassinato de uma menina de 7 anos, levando o governo a admitir a existência de 11 casos semelhantes na cidade em um ano.
O assassino da menina, um jovem de 23 anos, foi condenado à morte em fevereiro de 2018 e meses mais tarde, recebeu nova pena pelo assassinato e estupro de outros três menores.
Após o escândalo de Kasur, o Parlamento, Governo e Suprema Corte condenaram e trataram o que aconteceu, mas parece que a situação não mudou.
De fato, a cidade já havia sido o centro de um escândalo de abuso infantil em 2015, quando foi descoberto que pelo menos 19 crianças foram filmadas e fotografadas por uma rede formada por 17 pessoas. EFE
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