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Em plena crise política, Espanha se prepara para novas eleições

18/09/2019 14h36

A Espanha se encaminha para novas eleições legislativas depois que o atual chefe de governo, Pedro Sánchez, não conseguiu os apoios necessários para se manter no poder. Cinco meses depois de vencer o pleito, o líder socialista culpa os conservadores do Partido Popular, os liberais do Cidadãos e a esquerda radical do Podemos pelo impasse.

Incapaz de reunir apoios externos para um governo, o primeiro-ministro pediu novamente nesta quarta-feira (18) uma maioria ampla para comandar a Espanha. "Duas forças políticas conservadoras e uma força de esquerdas preferiram bloquear o partido do governo que as urnas pediram", disse Sánchez.

Como o atual premiê era o único candidato com possibilidades de tomar posse como chefe de Governo, o Parlamento deve anunciar sua dissolução na próxima semana para que novas eleições sejam convocadas em 10 de novembro. Esse será o quarto processo eleitoral em quatro anos de instabilidade e fragmentação política no país.

"Espero que os espanhóis concedam uma maioria mais robusta, em caso de vitória do Partido Socialista, para que vocês não tenham a capacidade de bloquear a formação de um novo governo, que é do que a Espanha necessita", insistiu o socialista aos deputados da oposição durante um debate no Congresso.

No poder desde junho de 2018, quando desbancou o conservador Mariano Rajoy com uma moção de censura, Sánchez pediu estabilidade diante dos desafios da desaceleração econômica mundial e do Brexit. Ele também lembrou o risco de uma provável escalada da crise catalã com o anúncio em breve da sentença contra os líderes independentistas que estimularam a tentativa de secessão de 2017.

Em julho, Sánchez perdeu duas votações para tomar posse depois que as negociações com o partido Podemos fracassaram. A esquerda radical considerou insuficiente o espaço oferecido em um governo de coalizão e se negou a participar.

As pesquisas apontam uma nova vitória socialista em novembro, mas outra vez sem maioria absoluta.

Índice de participação é a incógnita do pleito

A Espanha vive um clima de instabilidade desde que o sistema bipartidário do PSOE-PP foi pelos ares em 2015, com o surgimento do Podemos e do Cidadãos. Com isso, as maiorias absolutas ficaram no passado.

Desde então, o país está mergulhado em um longo bloqueio político. Os partidos são incapazes de fechar acordos de governo, devido à fragmentação política, aos cálculos estratégico e à quase inexistente tradição de pactos.

O rei da Espanha tem se mantido neutro diante do processo. "Não existe um candidato que conte com os apoios necessários para que o Congresso dos Deputados, em seu caso, lhe outorgue sua confiança", afirmou em comunicado a Casa Real, após a rodada de consultas do monarca. Consequentemente, Felipe VI "não formula uma proposta de candidato à Presidência do Governo", acrescentou.

(Com informações da AFP)

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