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Khamenei avisa que não haverá negociações com os Estados Unidos

17/09/2019 10h03

Teerã, 17 set (EFE).- O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, insistiu nesta terça-feira que seu país não entrará em negociações com os Estados Unidos "em nenhum nível", coincidindo com uma escalada de tensão entre Teerã e Washington por ocasião de recentes ataques na Arábia Saudita.

Khamenei disse em um discurso que negociar com Washington significaria "a vitória da campanha de 'máxima pressão' dos Estados Unidos" contra o Irã, em alusão às sanções e ameaças de ataques.

"Oferecendo um novo diálogo ao Irã, os EUA buscam impor sua vontade à nação persa e aprofundar sua política de 'pressão máxima' contra esse país", ressaltou.

O aiatolá destacou a contradição das autoridades americanas diante do diálogo com Teerã, já que às vezes propuseram uma conversa sem pré-condições.

"Este é um sinal da desordem política na Casa Branca ou é um truque para confundir a contraparte, embora com o Irã não funcione", acrescentou.

Khamenei lembrou que o presidente Hasan Rohani e o chefe da diplomacia Mohamad Yavad Zarif expressaram sua rejeição a essas negociações.

Ontem, o Ministério das Relações Exteriores do Irã negou que uma reunião entre Rohani e o presidente dos EUA, Donald Trump, ocorra no final do mês na Assembleia Geral da ONU em Nova York.

O governo Trump impôs duras sanções ao Irã e, nos últimos dias, ameaçou com represálias após acusar Teerã de ser o responsável pelo ataque no último sábado contra a companhia petrolífera saudita Aramco, mas ao mesmo tempo diz estar aberto ao diálogo.

As autoridades iranianas negaram seu envolvimento nos ataques contra Aramco, reivindicados pelos rebeldes houthis do Iêmen, que são apoiados por Teerã.

No entanto, de acordo com imagens de satélite transmitidas pela "CNN", parece que os drones que lançaram o ataque vieram do noroeste, onde estão localizados o Irã e Iraque, e não do Iêmen, ao sul da Arábia Saudita. EFE

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