Guaidó propõe Conselho de Governo para tentar reverter crise da Venezuela
O chefe do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, propôs nesta segunda-feira a convocação de um Conselho de Governo "com todos os setores" para tentar reverter a severa crise venezuelana.
O líder opositor revelou que apresentou a proposta durante as negociações com o governo de Nicolás Maduro em Barbados. Segundo Guaidó, o plano contempla a sua saída do cargo, contanto que Maduro faça o mesmo.
Guaidó explicou que este Conselho de Governo, inspirado em outro que a Venezuela teve em 1958, deve ser "plural, equitativo e com todas as forças do país", incluindo as Forças Armadas. O objetivo é que essa seja "a forma de governo" na Venezuela até que um novo presidente seja escolhido em eleições livres.
"Implicaria, além disso, certamente, a saída imediata de Maduro e o meu afastamento do cargo até uma eleição presidencial real", detalhou.
O chefe do Parlamento acrescentou que a eleição precisa ocorrer "no menor tempo possível" e com um novo órgão eleitoral, um pedido frequente da oposição, que argumenta que o atual Conselho Nacional Eleitoral (CNE) está subordinado ao chavismo, que governa desde 1999.
A proposta também contempla a libertação dos mais de 500 pesos políticos no país - segundo dados da oposição -, a cessação da inabilitação de vários opositores e a entrada imediata de ajuda humanitária.
"Esse é o coração da proposta, e o motivo pelo qual o regime (de Maduro) saiu correndo", comentou.
Guaidó declarou que o mecanismo de Barbados se esgotou e que não retomará as reuniões, mas não antecipou qual estratégia adotará uma vez quebradas as negociações.
Maduro suspendeu no último dia 7 de agosto as negociações com a oposição que eram realizadas em Barbados, sob mediação da Noruega. Na ocasião, o líder chavista disse que abandonava o diálogo porque Guaidó apoiava as sanções dos Estados Unidos contra funcionários do governo e empresas venezuelanas.
No início de setembro, Maduro impôs como condição para retomar as negociações que Guaidó desista da suposta "pretensão de entregar" o Essequibo, território disputado por Guiana e Venezuela.
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