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Após Guaidó decretar fim do diálogo, Maduro sugere retomada das negociações

16/09/2019 21h46

Caracas, 16 set (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sugeriu nesta segunda-feira que está disposto a retomar o mecanismo de negociação com a oposição liderada por Juan Guaidó sob a mediação da Noruega, diálogo que estava sendo realizado em Barbados e que foi interrompido pelo líder chavista há 40 dias.

As declarações de Maduro ocorrem um dia depois de Guaidó enterrar a possibilidade de seguir dialogando com o governo por considerar que os chavistas "saíram correndo" da mesa de negociação mediada pela Noruega.

"Mandei dizer a eles (delegados noruegueses)... no dia em que formos convocados de novo, de maneira pactuada, pelo governo da Noruega, as forças bolivarianas estarão aí dialogando (...). Todas as portas estão abertas", afirmou Maduro em discurso transmitido em rede nacional de rádio e televisão.

Maduro fez o pronunciamento para anunciar a assinatura de um acordo com um setor minoritário da oposição e informar que representantes do governo da Noruega estiveram em Caracas no fim de semana. A eles, o líder chavista disse que segue dialogando com os críticos, uma aproximação que levou ao pacto revelado hoje.

"Esse esforço perseverante deu um resultado feliz e quero celebrar com todo o país a assinatura deste acordo de convivência, de entendimento, que abre todas as portas para o diálogo pela paz. Assim mandei dizer ao governo da Noruega", destacou Maduro.

O pacto de hoje foi firmado com representantes dos partidos dos ex-candidatos presidenciais Claudio Fermin, Henri Falcón e do deputado Timoteo Zambrano. As três legendas são acusadas por setores mais radicais da oposição de terem vínculos com o chavismo.

Com o acordo, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) decidiu voltar à Assembleia Nacional, controlada pelos oposicionistas ligados a Guaidó, que é considerado presidente interino do país por mais de 50 governo, entre eles o do Brasil.

O bloco chavista havia deixado a Assembleia Nacional em 2016, quando o Tribunal Supremo de Justiça declarou o parlamento em desacato. Pouco depois, Maduro determinou a instalação da Assembleia Nacional Constituinte, composta apenas por governistas.

O presidente da Venezuela retirou representantes da mesa de diálogo em Barbados há 40 dias. Na ocasião, Maduro acusou Guaidó de apoiar o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos. EFE

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