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Tunísia: candidato preso por corrupção pode disputar 2° turno em eleições presidenciais, diz porta-voz

15/09/2019 15h56

Sete milhões de pessoas votaram neste domingo (15) na Tunísia, país pioneiro da chamada "Primavera Árabe", para escolher seu próximo presidente. O resultado da eleição é incerto diante do grande número de candidatos e após uma campanha sem claras divisões políticas.

Os locais de votação fecharam as portas às 18h locais (14h em Brasília), após um primeiro turno com baixa participação. Até o meio da tarde, este índice chegava a 16,3% de acordo com a Isie, instância que organiza as eleições.

Entre os 26 candidatos na corrida presidencial estão o premiê Yussef Chahed e Nabil Karui, um magnata das comunicações e dono do canal de TV Nesma. Ele é investigado por lavagem de dinheiro e preso em agosto. Segundo seu porta-voz, Hatem Mikli, ele teria se qualificado para o segundo turno.

Outro concorrente é o Abdelfattah Mourou, o primeiro candidato do partido de inspiração islamita Ennahdha. Para garantir a segurança das eleições, foram mobilizados cerca de 70 mil membros das forças de segurança, segundo o Ministério do Interior.

Candidatos antissistema

Até agora, as pesquisas de boca de urna não indicam um favorito. Nas primeiras eleições livres na Tunísia, em 2011, a disputa foi em torno do apoio e da rejeição à Revolução. Em 2014, a questão-chave foi sobre o apoio aos islamitas e, neste ano, alguns candidatos tentaram se apresentar como "antissistema".

O primeiro-ministro Yussef Chahed se vê limitado pelo controverso balanço de seus três anos no poder, marcados por uma clara melhoria da segurança, mas também pela queda do poder aquisitivo da população. A principal preocupação dos tunisianos é a crise social, em um país de alto desemprego entre os jovens e com uma inflação que pesa para os mais pobres.

Na madrugada de segunda-feira, algumas estimativas e pesquisas já devem começar a ser divulgadas, mas os resultados oficiais preliminares não devem ser anunciados antes de terça. Se nenhum candidato obtiver maioria absoluta no primeiro turno, os partidos se verão obrigados a preparar, de maneira simultânea, as eleições legislativas de 6 de outubro e o segundo turno da presidencial, antes do dia 23 do mesmo mês.

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