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Ernesto Araújo deixa Washington com esperança de que Trump visite logo o Brasil

13/09/2019 18h55

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse nesta sexta-feira (13) que, "apesar de natural", o relacionamento com os EUA, por muito tempo, não era uma prioridade dos governos anteriores. A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva realizada na sede do National Press Club. No entanto, o chanceler ressaltou que fomentar um relacionamento estratégico e sólido com os EUA é um dos principais focos do governo Bolsonaro. "O Brasil está sedento por infraestrutura", disse.

Ligia Hougland, correspondente da RFI em Washington

Araújo disse que os dois países estão lidando com diversas questões comerciais e fazendo progresso no sentido de chegar a um acordo. No entanto, a mensagem pareceu vaga. Segundo o ministro, o governo americano não mostrou nenhuma preocupação com investimentos estrangeiros na infraestrutura brasileira. "Nem conversamos sobre isso" disse.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, fez um anúncio relativo a investimentos, nesta sexta-feira, depois de uma reunião bilateral com Araújo. "Daremos início a um fundo de investimento de US$ 100 milhões, com impacto de 11 anos, para a conservação da biodiversidade na Amazônia, e o projeto contará com a liderança do setor privado", disse Pompeo.

Amazônia e Venezuela

Questionado sobre sua posição quanto à mudança climática, o diplomata disse que "temos de distinguir a realidade disso e o uso ideológico" desse tema "para impor medidas extremas". Ele ainda afirmou que, apesar de o governo Bolsonaro ser acusado de ser contra a ciência, a realidade é o oposto disso.

"Questionar a soberania brasileira quanto à Amazônia vem dessa histeria. Vemos bem como isso funciona. Tiram as coisas de proporção e promovem medidas que somente podem ser contempladas em caso de emergência", disse Araújo, lembrando que o Brasil tem uma "política de tolerância zero quanto a crimes ambientais".

Na quinta-feira (12), o ministério da Defesa anunciou que peritos da Guarda Florestal dos Estados Unidos iriam ao Brasil. Eles vão ficar duas semanas e devem se encontrar com funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

Sobre a Venezuela, o chanceler disse que o regime está perdendo força a cada dia por causa da pressão dos EUA e da comunidade internacional. Ele acredita que, embora o processo de extinguir o regime de Nicolás Maduro estar sendo bastante demorado, essa meta será por fim atingida.

Foi emitido um convite de Bolsonaro para uma visita de Donald Trump ao Brasil, mas nenhuma data foi definida. "Gostaríamos que acontecesse o mais cedo possível", disse o ministro. O chanceler ainda vai se reunir, nesta sexta-feira, com o Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, antes de retornar a Brasília, no sábado (14).

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