Líder norte-coreano supervisionou teste de "lança-mísseis múltiplo"
Seul, 25 Ago 2019 (AFP) - O líder norte-coreano, Kim Jong Un, supervisionou os testes de lançamento de uma nova uma arma "recentemente desenvolvida", informou a mídia estatal neste domingo, o que complicaria a possibilidade de uma retomada das negociações sobre a desnuclearização do país.
O exército sul-coreano informou neste sábado que o Norte teria disparado dois mísseis balísticos de curto alcance, mas a imprensa estatal norte-coreana afirmou neste domingo que se tratou do teste de um "lança-mísseis múltiplo super grande".
Kim afirmou que o sistema "recentemente desenvolvido" era uma "grande arma", assegurou a agência oficial Korean Central News Agency (KCNA). O líder norte-coreano assegurou que o país precisa continuar desenvolvendo armamento para "frustrar de forma resolutiva as crescentes ameaças militares à pressão ofensiva de forças hostis", acrescentou a agência.
Kim teria supervisionado pelo menos outros dois testes de "novas" armas neste mês, embora a natureza e as especificidades técnicas das mesmas sejam um mistério.
Esse foi o último de uma série de disparos do Estado nuclear nas últimas semanas, em protesto contra os exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Coreia do Sul, concluídos há quase uma semana.
O disparo de sábado levou a presidência sul-coreana a convocar uma reunião de seu Conselho Nacional de Segurança.
"Os membros do Conselho Nacional de Segurança acordaram manter os esforços diplomáticos com a comunidade internacional para voltar a levar o Norte à mesa de negociações, junto aos Estados Unidos, para conseguir o objetivo de uma desnuclearização completa da península da Coreia", disse o governo sul-coreano em comunicado.
- Negociações bloqueadas -Parece pouco provável que se possam relançar as negociações em um futuro próximo.
As negociações entre Pyongyang e Washington sobre a questão nuclear do Norte estão bloqueadas desde a segunda cúpula entre Kim Yong Un e o presidente americano, Donald Trump, celebrada em fevereiro em Hanói e que terminou sem acordo sobre a desnuclearização da Coreia do Norte e a suspensão das sanções.
Kim e Trump voltaram a se encontrar em junho na Zona Desmilitarizada (DMZ) entre as duas Coreias e concordaram em relançar as negociações, algo que ainda não aconteceu.
No começo da semana, o enviado especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, Stephen Biegun, que lidera a preparação das negociações, assegurou de Seul que Washington está "preparado para iniciar as negociações" quando tiver notícias de Pyongyang.
Na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, lançou um ataque contra o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que classificou de "toxina intransigente", e disse ser "cético" sobre a possibilidade de negociar com ele.
Pyongyang também prometeu "continuar sendo a maior 'ameaça' para os Estados Unidos" e disse que os exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul haviam "complicado" as negociações com Washington sobre a questão nuclear.
"Estamos preparados tanto para o diálogo como para o afastamento", disse Ri em comunicado.
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