Vídeo com imagens de feminicídio gera onda de indignação na Turquia
Istambul, 23 ago (EFE).- As imagens de uma mulher sangrando enquanto sua filha pede que não morra após ter sido esfaqueada pelo ex-marido em um café de Kirikkale, gerou nesta sexta-feira uma onda de indignação e reabriu o debate sobre a violência machista na Turquia.
O vídeo foi postado nas redes sociais e corresponde ao assassinato de Emine Bulut, uma mulher de 38 anos que foi esfaqueada pelo ex-marido no último dia 18 em um café da cidade de Kirikkale, no centro da Turquia.
"Estamos profundamente tristes pelo assassinato de Emine Bulut. Esta brutalidade nos convida a refletir e a aumentar nossa sensibilidade sobre os passos que devemos dar no futuro", disse o porta-voz do governante Partido de Justiça e Desenvolvimento (AKP), Ömer Çelik, em declarações transmitidas pela emissora "NTV".
Segundo o canal, Bulut levou a filha ao café para se encontrar com seu ex-marido, Fedai Veran, que a atacou com uma faca.
"A esfaquiei com a faca que trazia depois que me insultou enquanto falávamos da guarda de nossa filha", declarou o acusado, que foi preso preventivamente, citado pelo jornal "Hürriyet".
Organizações feministas e usuárias de redes sociais reivindicaram ao Governo que cumpra com a Convenção de Istambul, assinada em 2011 para melhorar a proteção das mulheres contra a violência machista.
"As últimas palavras de Emine Bulut foram 'Não quero morrer', como todas as demais mulheres que foram assassinadas até o dia de hoje. Aqueles que aplicam reduções de sentença pelos feminicídios, os que não protegem as mulheres e os que atacam nossos direitos também são culpados", afirmou em comunicado a organização feminista Assembleia de Mulheres.
Os usuários também lembraram do assassinato de Tuba Erkol, cujo marido ignorou ontem a ordem de afastamento imposta por um juiz e esfaqueou a esposa na cidade de Konya, no centro do país.
Segundo a associação "Kadin cinayetlerini durduracagiz" ("Acabaremos com os assassinatos de mulheres"), pelo menos 245 mulheres foram assassinadas na Turquia nos primeiros sete meses do ano. EFE
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