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Macron acusa Bolsonaro de 'mentir' e França se opõe ao acordo UE-Mercosul

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron durante reunião do G20 - Frederico Mellado / ARG
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron durante reunião do G20 Imagem: Frederico Mellado / ARG
do UOL

Do UOL, em São Paulo

23/08/2019 09h16Atualizada em 23/08/2019 11h38

O presidente francês Emmanuel Macron afirmou que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, "mentiu" sobre seus compromissos com o meio ambiente e anunciou que, sob essas condições, a França se opõe ao acordo de livre comércio entre União Europeia e o Mercosul.

"Dada a atitude do Brasil nas últimas semanas, o presidente da República só pode constatar que o presidente Bolsonaro mentiu para ele na cúpula (do G20) de Osaka", declarou o palácio do Eliseu, sede do governo francês, estimando que "o presidente Bolsonaro decidiu não respeitar seus compromissos climáticos nem se comprometer com a biodiversidade".

"Nestas circunstâncias, a França se opõe ao acordo do Mercosul", acrescentou a presidência francesa.

Ontem, Macron criticou as queimadas na Amazônia e pediu para que o assunto seja debatido durante a cúpula do G7. O próximo encontro do grupo, que reúne Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, será realizado neste fim de semana, em Biarritz (França).

Meio ambiente foi peça-chave em acordo

A preservação do meio ambiente no Brasil foi a principal garantia exigida pelo governo francês quando da assinatura do acordo comercial, no final de junho. "O presidente Bolsonaro me confirmou o seu compromisso, ao contrário das preocupações que se podia ter, com o Acordo de Paris e a luta pela biodiversidade", disse Macron na cúpula do G20 em Osaka, dias após o anúncio oficial do acordo.

Agricultores, ambientalistas e políticos locais vêm fazendo oposição ao acordo. Segundo eles, o Brasil não cumpre as mesmas exigências sanitárias, trabalhistas e ambientais impostas a produtores da Europa e, por isso, os produtos sul-americanos têm preços "incomparáveis" aos dos europeus.

(*Com informações da AFP)

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