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'O terrorismo está no Brasil', diz governador do Rio

O governador do Rio, Wilson Witzel - Jose Lucena/Futura Press/Folhapress
O governador do Rio, Wilson Witzel Imagem: Jose Lucena/Futura Press/Folhapress
do UOL

Do UOL, em São Paulo

22/08/2019 10h20Atualizada em 22/08/2019 11h10

Dois dias depois de comemorar a ação da polícia, que matou um homem que sequestrou e ameaçou queimar um ônibus na ponte Rio-Niterói, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), defendeu sua atuação na segurança pública do estado e afirmou que o país vive um momento de terrorismo.

"A sociedade ainda não entendeu que estamos numa guerra contra o terrorismo. Sempre escondemos, de certa forma, da população que o terrorismo está no Brasil. A sociedade quando vê as mortes só vê as consequências, não vê a causa", afirmou Witzel em entrevista publicada hoje pela revista "Época".

Apesar do tom alarmante, a reportagem não trouxe em nenhum trecho o que o governador do Rio classifica como terrorismo. Após o desfecho do sequestro do ônibus na ponte Rio-Niterói, Witzel relacionou o caso a uma ação terrorista.

O dicionário Houaiss define terrorismo como: "emprego sistemático da violência para fins políticos, especialmente a prática de atentados e destruições por grupos cujo objetivo é a desorganização da sociedade existente e a tomada do poder; ameaça do uso da violência a fim de intimidar uma população ou governo, geralmente motivada por razões ideológicas ou políticas".

Em um tom mais duro, o mesmo que marcou sua campanha nas eleições de 2018, Witzel defendeu sua política de enfrentamento da violência com ações mais intensivas das polícias em favelas onde há atuação de traficantes.

"Não há como combater crime com livros e com flores. As pessoas que estão no crime não querem saber de escolas nem de livros. A polícia tem de chegar para prender, se não houver rendição, tem de eliminar, tem de matar", afirmou.

Ao falar sobre a morte de inocentes durante ações policiais, o governador tentou se distanciar da responsabilidade e sugeriu que os próprios traficantes teriam matado moradores das comunidades para dificultar o trabalho da polícia.

"Não sei se as balas perdidas são um efeito colateral da minha política, não. O que imagino é que os traficantes causam essas mortes para impedir o trabalho da polícia", declarou.

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