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Com Johnson como aliado, Trump volta ao G7 com China e Irã na agenda

22/08/2019 21h52

Washington, 22 ago (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comparecerá pela terceira vez a uma cúpula do G7, na edição que será realizada de sábado (24) a segunda-feira (26) na cidade de Biarritz, na França, tendo o novo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, como um possível aliado e as recentes tensões com China e Irã entre os assuntos que deve debater.

A edição de 2018, realizada no Canadá, terminou com a recusa do governante americano em assinar a declaração final e com um atrito com o primeiro-ministro do país anfitrião, Justin Trudeau.

Johnson, que estreia na cúpula após assumir o cargo de primeiro-ministro britânico em 24 de julho - com a promessa de concluir a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) em 31 de outubro -, chega a Biarritz como um dos líderes mais próximos de Trump.

"Ele e eu estamos muito alinhados, nos sentimos muito bem um com o outro. Acredito que faremos um grande e fantástico acordo comercial com o Reino Unido", declarou Trump nesta quinta-feira durante um ato no estado de New Hampshire, deixando aberta a porta para uma estreita relação comercial entre Washington e Londres em um cenário sem o envolvimento da UE.

Trump limitou-se a antecipar que o acordo "está se movimentando rapidamente", sem se aprofundar em detalhes.

No último dia 12, o presidente americano, que destacou que Johnson é conhecido como "o Trump britânico", disse ao novo primeiro-ministro em conversa por telefone que tem a intenção de se reunir com ele em "um futuro próximo".

Um dos assuntos mais esperados para a reunião do G7 é o Irã, devido à cada vez mais tensa relação com os EUA após o governo de Trump ter abandonado, em 2018, o acordo nuclear internacional firmado em 2015.

A próxima reunião contará com quatro países signatários do acordo nuclear com o Irã: Alemanha, Reino Unido, França e Estados Unidos. Além deles, também assinaram o pacto a Rússia - suspensa do G7 em 2014, após a anexação da península da Crimeia - e a China.

As tensões entre Teerã e Washington aumentaram porque, após saírem do pacto, os EUA voltaram a impor ao Irã todas as sanções que tinham sido retiradas, inclusive as que afetam o setor do petróleo, e estabeleceram novas.

Desde o início de julho, o Irã começou a descumprir os compromissos nucleares como uma tentativa de pressionar a UE para que ajude a estabilizar sua economia. Os EUA responderam com sanções, como a anunciada em 31 de julho contra o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif.

Outro assunto protagonizado pelo governo de Trump que pode transcender o G7 é a guerra comercial entre Estados Unidos e China. O mais recente capítulo dessa tensão foi o anúncio da Casa Branca de impor novas tarifas de 10% a US$ 300 bilhões em produtos chineses a partir de 1º de setembro - os EUA acabaram adiando a entrada em vigor da cobrança para 15 de dezembro.

A China respondeu à pressão com tarifas sobre produtos dos EUA, congelando a compra de produtos agrícolas americanos e permitindo que sua moeda de desvalorizasse em relação ao dólar a um nível que inédito desde 2008. EFE

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