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G7: França antecipa forte esquema jurídico para prender manifestantes violentos

21/08/2019 11h48

Setenta advogados, 17 procuradores e celas para mais de 300 pessoas estão a postos na cidade francesa de Biarritz e arredores, à espera da cúpula do G7, que acontece neste fim de semana. A França planejou um esquema jurídico "excepcional" para prender e analisar os casos de manifestantes violentos que atuarem durante o evento, para o qual um forte aparato de segurança está montado.

Manifestantes ecologistas, antiglobalização e antissistema já se reúnem numa "anti-cúpula" em Hendaye, a cerca de 20 quilômetros de Biarritz e perto da fronteira com a Espanha. Desde segunda-feira (19), advogados e magistrados da seção de Bayonne se preparam para reagir aos protestos esperados antes e durante a cúpula. Na Casa do Advogado, em frente ao Palácio de Justiça, até beliches foram instalados para preparar as longas horas de plantão dos defensores até o fim do evento internacional, na segunda-feira (26), conforme o presidente da Ordem dos Advogados de Bayonne, Teddy Vermonte.

Em Hendaye, um centro de retenção administrativa foi esvaziado em agosto especialmente para receber os manifestantes detidos preventivamente ou em flagrante. "Pensamos num esquema que vai durar 15 dias, para que a pessoas possam ser julgadas e não tenhamos de realizar 20 casos de comparecimento imediato em uma única audiência", disse o procurador da República em Bayonne, Samuel Vuelta-Simon. Celas improvisadas também foram montadas no estacionamento do Palácio de Justiça, para serem utilizadas se necessário.

"Lei anti-vandalismo"

"O papel do Estado é prevenir e antecipar eventuais confrontos, com locais adaptados para retirar certas pessoas de circulação. Os atentados às liberdades individuais podem ser enormes", pontua Vermonte. Na segunda-feira, foram detidos cinco militantes que conclamavam nas redes sociais ataques a policiais durante o G7.

"Depois da lei de 10 de abril de 2019 [conhecida como lei anti-vandalismo], os poderes dos procuradores foram reforçados, assim como as sanções contra manifestantes mascarados e o porte de armas de qualquer categoria, durante manifestações", explicou o representante dos advogados. "Eu defendo a expressão política pacífica. Mas se a lei é violada, há uma resposta penal", resume o procurador Vuelta-Simon.

Líderes reunidos em "bunker"

Enquanto isso, a anti-cúpula organizada em Hendaye protesta não só contra os sete líderes reunidos em Biarritz, mas também contra a fortaleza em que a cidade foi transformada. A maior manifestação dos militantes é prevista para sábado (24).

"Dois mundos se opõem nessa semana. Em Biarritz, sete chefes de Estado estão na sua torre protegida por um esquema policial e militar assombroso, num bunker, cortados da população. E em Hendaye, o anti-G7 é aberto, plural e reivindicativo, com uma grande diversidade de movimentos que compartilham valores e esperanças", afirma Aurélie Trouvé, porta-voz da organização Alternativas G7.

Com informações da AFP

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