FMI adverte a Trump que tarifas e política cambial não vão funcionar
As tarifas que o governo dos Estados Unidos adotou contra a China não vão equilibrar o déficit comercial, nem outros instrumentos como a desvalorização do dólar por meio do corte das taxas de juros, advertiram hoje economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em uma linguagem direta, algo inusual, as afirmações dos especialistas em uma publicação no blog do FMI parecem direcionadas ao presidente americano, Donald Trump, que exige constantemente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) o corte das taxas para desvalorizar o dólar e estimular a economia, enquanto impõe tarifas à China para contra-atacar o déficit comercial.
A economista chefe do FMI Gita Gopinath e os pesquisadores Gustavo Adler e Luis Cubeddu afirmam que a política econômica defendida pela Casa Branca é contraproducente e vai desacelerar a economia mundial.
Eles advertem que "é improvável que tarifas bilaterais elevadas consigam reduzir os desequilíbrios comerciais desagregados, pois o que fazem principalmente é desviar o comércio para outros países".
"Ao invés disso, provavelmente prejudicarão o crescimento, tanto interno quanto global, diminuindo a confiança das empresas e o investimento e perturbando as cadeias mundiais de fornecimento", completam.
E implementar qualquer plano para enfraquecer a própria moeda do país é "desajeitado e provavelmente ineficaz", disseram eles.
Eles acrescentaram que a crescente pressão sobre o banco central não permitirá que esse objetivo seja alcançado.
Os autores alertaram que "não se deve apostar muito na visão de que afrouxar a política monetária de um país pode enfraquecer a moeda o suficiente para alcançar uma melhoria prolongada em sua balança comercial".
"É improvável que apenas a política monetária induza as grandes e persistentes desvalorizações que seriam necessárias para esse resultado (...) especialmente em um período de 12 meses", diz o artigo.
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