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Sequestrador de ônibus no Rio queria "entrar para a história"

20/08/2019 16h18

Rio de Janeiro, 20 ago (EFE).- Passageiros do ônibus sequestrado na manhã desta terça-feira na Ponte Rio-Niterói revelaram que o autor do crime, William Augusto da Silva, de 20 anos, não queria machucá-los ou roubá-los, mas dizia antes de ser morto por um atirador de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro que queria "entrar para a história".

"Ele não ameaçou ninguém dentro do ônibus, não foi violento e inclusive contava piadas. Deixou vários passageiros irem ao banheiro na parte traseira do ônibus. Só dizia que queria R$ 30 mil do Estado e que queria entrar para a história, que nós iríamos entrar para a história e teríamos muitas histórias para contar", disse o professor Hans Moreno, uma das 37 pessoas feitas reféns na manhã desta terça-feira.

Moreno contou que o sequestrador pediu a uma passageira que amarrasse as mãos dos outros reféns. Ele também espalhou pelo ônibus garrafas plásticas com gasolina. Além disso, William carregava uma faca tática e um taser. A arma usada por ele era de brinquedo, uma informação só confirmada depois de o sequestrador ser morto pelos policiais.

As autoridades foram informadas do sequestro às 5h26. Por três horas e 36 minutos, William manteve como reféns os 36 passageiros e o motorista do ônibus. Aos poucos, durante negociação com homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), o sequestrador libertou quatro mulheres, uma delas grávida e dois homens.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que concedeu entrevista coletiva depois do fim do sequestro, afirmou que William era "perturbado mentalmente" e que por isso os policiais não tiveram outra opção a não ser não prolongar a negociação para a rendição.

Witzel disse que conversou com a mãe do sequestrador após o crime. Segundo ele, ela lamentou ter cometido algum "erro" na formação do jovem e pediu desculpas à sociedade do Rio de Janeiro e às vítimas pelas ações do filho.

"A assistência psicológica não será só para os reféns, mas também para a família do jovem sequestrador", afirmou o governador na entrevista coletiva.

Depois dos disparos do franco-atirador do Bope, William foi levado feriado ao Hospital Souza Aguiar, no centro da cidade, mas morreu por uma falha cardiorrespiratória. Antes de ser morto, o sequestrador tinha exigido a presença de uma ambulância no local e que o cordão de segurança fosse ampliado para que a imprensa ficasse mais longe do ônibus. EFE

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