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Arábia Saudita retira restrições para que mulheres façam viagens ao exterior

20/08/2019 17h01

Riad, 20 ago (EFE).- A Arábia Saudita já está permitindo que mulheres adultas viagem ao exterior sem a permissão de um guardião masculino, seguindo o determinado por emendas feitas ao sistema legal civil do país no início deste mês, informou nesta terça-feira a agência estatal "SPA".

"Os departamentos de passaportes e de estado civil, assim como suas filiais em todas as regiões do reino, começaram a trabalhar nas modificações estipuladas pelo decreto real", diz a agência, que cita uma fonte do Ministério do Interior da Arábia Saudita.

Com as novas regras, mulheres maiores de 21 anos também não precisarão do consentimento masculino para registrar seus filhos, informar sobre a morte de um parente ou solicitar um passaporte.

As mudanças dão continuidade a uma medida aplicada pelo rei Salman bin Adul Aziz em 2017. Na época, o monarca retirou a exigência de um tutor para que as mulheres solicitassem a maior parte dos serviços governamentais, mas manteve a restrição para as viagens.

Também segue em vigor no país a tutela masculina para questões relacionadas ao casamento. As mulheres sauditas não podem se casar ou viver sozinhas sem a permissão de um familiar homem, seja ele o pai, um irmão ou até um primo. E não podem se divorciar sem a autorização do marido.

Organizações de direitos humanos criticam o governo da Arábia Saudita por considerar que a tutela masculina representa um controle total da vida mulher, que vai do nascimento até a morte.

Nos últimos anos, o polêmico príncipe herdeiro Mohammed bin Salman promoveu várias reformas para eliminar as restrições contra as mulheres sauditas. As medidas fazem parte de um plano para melhorar a imagem do país no exterior. Em 2018, por exemplo, a Arábia Saudita decidiu autorizar as mulheres a dirigir, algo proibido até então

No entanto, ativistas dos direitos da mulher no país foram presas semanas antes da libertação e aguardam julgamento. Uma delas é Loujain al Hathloul, que está entre os nomes cotados a receber o prêmio Nobel da Paz. EFE

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