Incêndio nas ilhas Canárias provoca evacuação de 8 mil pessoas
O fogo começou sábado (17) perto de Tejeda, em uma área montanhosa da Grande-Canária, uma das principais ilhas do arquipélago de Canárias. Os ventos violentos, as temperaturas elevadas e o ar seco favoreceram as chamas, que já atingiram pelo menos 6.000 hectares de mata.
Segundo a Defesa Civil, o incêndio continua "fora de controle e é muito grave." Dezesseis aviões e helicópteros e mais de 700 bombeiros foram mobilizados. Este é o terceiro incêndio em menos de dez dias. As autoridades tiveram que evacuar milhares turistas do centro da ilha e cerca de 100 pessoas foram levadas temporariamente para um centro cultural em Artenara.
A medida é temporária por conta do difícil acesso à cidade. As estradas estão bloqueadas pelo fogo e 20 rodovias estão interrompidas. Alta temperatura, vento e baixa umidade dificultam o trabalho dos bombeiros.
Segundo o presidente regional das Canárias, Ángel Víctor Torres, "as próximas horas são muito importantes, já que a previsão meteorológica não é boa para a noite de domingo e existe o perigo de que possa entrar na zona de pinheiros", uma reserva de árvores nativas, acrescentou Torres.
Fogo pode atingir reservas
As chamas já afetam o parque natural do Tamadaba, importante reserva de árvores autóctones canarinos. O território atingido também inclui a gruta de Risco Caido, vestígio de uma civilização pré-hispânica inscrita em julho no Patrimônio Cultural da UNESCO. O fogo também pode atingir a reserva de Inagua, área rica em biodiversidade e a mais protegida.
O incêndio começou cinco dias após os bombeiros conseguirem conter outro foco na mesma região do arquipélago e que também implicou a retirada de centenas de pessoas. As ilhas Canárias receberam no ano passado 13,7 milhões de turistas, principalmente britânicos e alemães. O turismo representava em 2017 35% do PIB e 40% dos empregos do arquipélago, segundo a organização patronal Exceltur.
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