Morre o senegalês Jacques Diouf, diretor-geral da FAO por 18 anos
Dacar, 17 Ago 2019 (AFP) - O político e diplomata senegalês Jacques Diouf, que foi diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) de 1994 até o fim de 2011, morreu aos 81 anos, anunciou o presidente senegalês, Macky Sall.
"O Senegal acaba de perder um de seus mais valorosos filhos, com o falecimento de nosso compatriota Jacques Diouf. Ele foi para mim um colaborador eficaz no começo do meu primeiro mandato", reportou no Twitter o chefe de Estado senegalês ao apresentar suas condolências.
Nascido em 1º de agosto de 1938 em Saint-Louis (norte do Senegal), diplomata conhecido por seu pragmatismo, Diouf morreu na França, vítima de uma longa doença, informou sua família, citada pela imprensa senegalesa.
Casado e pai de cinco filhos, Jacques Diouf cursou ensino superior e pós-graduação na França (engenheiro agrônomo, com mestrado em agronomia tropical e doutorado em ciências sociais), completados por um diploma superior de gestão em Nova York.
Nomeado secretário de Estado para a pesquisa científica do Senegal pelo presidente Léopold Sédar Senghor em 1978, foi deputado por Saint-Louis de 1983 a 1984.
Em seguida, deixou o Senegal para trabalhar para o Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento Internacional, em Ottawa, o Banco Central da África Ocidental, antes de se tornar, em 1991, embaixador de seu país nas Nações Unidas, em Nova York.
Foi eleito em 1993 para chefiar a FAO, que comandou por três mandados de seis anos. Sob sua gestão, a organização buscou a colaboração do setor privado e de celebridades no lançamento de operações espetaculares de coleta de fundos para o Dia Mundial da Alimentação.
É preciso "fazer a humanidade saber que não é mais possível tratar os recursos vitais como se eles fosse infinitos", declarou a respeito da degradação do solo e da água em uma de suas últimas intervenções como diretor-geral da FAO, em novembro de 2011.
"A era do 'business as usual' acabou", advertiu.
No mesmo ano, enquanto a fome castigava a região conhecida como Chifre da África, em virtude de uma seca excepcional, Diouf declarou não suportar "ver a imagem de uma criança que corre o risco de morrer de fome", para depois acrescentar: "Nós não desejamos isto para nossos filhos, não vejo porque aceitar isto para os filhos dos outros".
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