Itália autoriza desembarque de mais de 20 menores de navio
A decisão de Salvini veio após uma nova carta de Conte reiterando a necessidade do "desembarque imediato" dos imigrantes com menos de 18 anos de idade. Na mensagem, o primeiro-ministro também revela que a Comissão Europeia "confirmou a disponibilidade de uma pluralidade de países europeus para compartilhar os custos de hospitalidade para todas as pessoas".
Apesar de ter aceitado o pedido de Conte, Salvini também afirmou que a linha do seu ministério não irá mudar e chamou os imigrantes de "supostos" menores de idade. Além disso, o político italiano enfatizou em sua resposta que o desembarque acontecerá "sob a responsabilidade exclusiva do premier".
A operação está sendo realizada pelas Guardas Costeira e de Finanças do país. O desembarque é monitorado pelo procurador-adjunto de Agrigento, Salvatore Vella.
Já a Procuradoria da República de Agrigento, na Itália, ordenou uma inspeção médica no navio da Open Arms para averiguar as condições sanitárias dos 134 imigrantes. A decisão foi tomada durante uma cúpula no Ministério Público.
A ONG espanhola, por sua vez, declarou neste sábado (17) que o navio está em "estado de necessidade" e não garantiu a segurança dos imigrantes.
"Depois de 16 dias à espera de um porto seguro para desembarcar, de seis evacuações médicas e de ter informado sobre a nossa situação às autoridades, sem que tenhamos obtido nenhuma resposta, estamos em situação de necessidade e não podemos mais garantir a segurança das 134 pessoas a bordo", disse um porta-voz da ONG.
O navio resgatou cerca de 150 imigrantes no Mediterrâneo, mas está à deriva há 16 dias, sem autorização de desembarque em nenhum porto. Nesta semana, o Tribunal Administrativo Regional (TAR) do Lazio emitiu uma ordem que permitia que a embarcação se aproximasse no porto de Lampedusa, no sul do país, apesar das ameaças de Salvini.
Nesta sexta-feira (16), 13 imigrantes foram retirados do navio e levados para hospitais, pois a ONG alegou que precisavam de atendimento médico. Porém, o responsável pelo ambulatório de Lampedusa, Francesco Cascia, disse à ANSA que "dos 13 náufragos, somente um tinha otite. Os outros não sofriam de nenhuma patologia".
A Comissão Europeia disse que seis países se ofereceram para receber parte dos imigrantes da Open Aras, sendo França, Alemanha, Luxemburgo, Portugal, Romênia e Espanha.(ANSA)
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