Promotoria italiana abre investigação por sequestro de pessoas no Open Arms
Roma, 16 ago (EFE).- A Promotoria italiana abriu nesta sexta-feira uma investigação por sequestro de pessoas no navio da ONG espanhola Open Arms, que aguarda com 134 migrantes a bordo diante da ilha de Lampedusa uma autorização para o desembarque.
A Promotoria da cidade de Agrigento, na Sicília, abriu esta investigação por sequestro e violência privada depois de receber uma declaração formal dos advogados da "Open Arms", informou a imprensa local. No entanto, a mesma não envolve ninguém especificamente.
Nos últimos dias, também foi aberta outra investigação pela hipótese de crime de incitação à imigração ilegal, que segue em curso.
Precisamente foi essa mesma Promotoria que abriu uma investigação em agosto de 2018 contra o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, pelos crimes de sequestro, detenção ilegal e abuso de poder depois de ter retido durante mais cinco dias cem imigrantes em Catania.
Salvini, que mantém os portos do país fechado à imigração, não foi julgado por estes fatos, porque o parceiro de Governo, o Movimento Cinco Estrelas (M5S), impediu o levantamento da imunidade.
O navio da Open Arms espera um porto seguro desde 1 de agosto e, desde 14 de agosto, está em águas italianas depois que a justiça do país cancelou a proibição assinada por Salvini e permitiu a entrada em águas territoriais.
Salvini, no entanto, não autoriza o desembarque dos 134 migrantes, cujas condições física e psicológica pioram com a passagem das horas, segundo denunciou a "Open Arms".
A organização espanhola pediu nesta sexta-feira a evacuação "com máxima urgência por emergência humanitária" dos migrantes e da tripulação.
Por sua vez, a ONG italiana Emergency, que entrou no navio, lamentou em um relatório que os resgatados estejam em "condições de extrema vulnerabilidade, tanto física como psicológica, agravadas pela incerteza e o estresse que estão vivendo, o que lhes expõe a sofrer riscos psicopatológicos".
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou no domingo que os Governos da Espanha, Alemanha, França, Luxemburgo, Portugal e Romênia transmitiram a disponibilidade para acolher uma parte dos migrantes, mas ainda não foi formalizado nenhum acordo de realocação. EFE
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