Topo
Notícias

Ex-diretor do Inpe pede que cientistas 'não fiquem calados'

16/08/2019 20h59

São Paulo, 16 Ago 2019 (AFP) - O ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o físico Ricardo Galvão, exonerado do cargo após uma polêmica com o presidente Jair Bolsonaro, disse nesta sexta que os "cientistas não podem ficar calados" diante da situação atual.

"Os cientistas não podem ficar calados! Temos que nos manifestar, e com força. Não podemos baixar a guarda", declarou Galvão, de 71 anos, em um evento na Universidade de São Paulo (USP) no qual foi ovacionado por centenas de estudantes e colegas.

Em julho, Galvão foi acusado por Bolsonaro de mentir e danificar a imagem do Brasil pela divulgação de dados que mostraram um avanço preocupante do desmatamento na floresta amazônica nos últimos meses.

O cientista defendeu seus dados e se negou a renunciar ao cargo, mas no início de agosto o mandatário o exonerou da direção do Inpe.

Segundo Galvão, na sociedade moderna há "uma descrença muito grande na ciência" e não só por interesses políticos ou profissões de fé religiosas. "As ciências são geralmente uma tarefa dura" e atualmente há "um imediatismo muito grande, uma preocupação de ter resultados rápidos", afirmou nesta sexta.

"As autoridades sempre se incomodam quando os dados não dizem aquilo que eles gostariam de ouvir", afirmou Galvão. Mas "nosso país só progredirá e será independente mesmo se tiver inovação acionada pela ciência.

jcm-js/gv/db

Notícias