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Caixa Econômica deve devolver R$20 bi emprestados pelo governo até o fim do ano

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Imagem: Reprodução

Por Aluisio Alves e Gabriel Ponto

Em São Paulo e em Brasília

15/08/2019 19h26

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - A Caixa Econômica Federal vai devolver até dezembro metade dos 40 bilhões de reais que recebeu do governo federal nos últimos anos via Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD), disse o presidente-executivo do banco, Pedro Guimarães.

Segundo o executivo, o conselho de administração do banco estatal aprovou nesta quinta-feira a devolução de 7,35 bilhões de reais, o que deve acontecer nas próximas semanas após aprovações regulatórias. Isso soma-se a outros três bilhões de reais já devolvidos neste ano. Os pagamentos serão feitos com o uso de lucros acumulados e excedente de capital.

"É muito importante esse pagamento porque gera uma economia sensível de despesa financeira para gente", disse Guimarães durante entrevista coletiva.

Outros 10 bilhões de reais serão pagos até o final do ano, usando tanto lucros acumulados quanto o dinheiro levantado com a venda de ativos, disse à Reuters o vice-presidente de Riscos da Caixa, Alexandre Ywata.

"Essas devoluções correspondem aos empréstimos cujos custos são os mais elevados, porque estão atrelados ao lucro do banco, que tem crescido", explicou o executivo.

Na última década, o governo federal injetou cerca de 40 bilhões de reais na Caixa, como parte dos fracassados esforços para ampliar a capacidade do banco de conceder empréstimos e tentar evitar a desaceleração econômica do país.

Desde que assumiu a Caixa, em janeiro, Guimarães, da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, tem enfatizado a direção liberal para o banco, com planos de desinvestimento de várias das unidades do grupo, incluindo a participação em quatro subsidiárias (seguros, loterias, cartões e gestão de recursos).

No mês passado, o banco se desfez de uma participação na Petrobras, por meio de uma oferta de ações que movimentou cerca de 7,3 bilhões de reais. A Caixa também vai desinvestir de negócios detidos por meio da Caixapar, seu braço de participações, que inclui 32,8 por cento do Banco Pan e fatias minoritárias da adquirente Cielo e das empresas de serviços Capgemini e Tecban.

A Caixa também prepara ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade, dos braço de loterias, de gestão de recursos e do braço de cartões.

(Por Aluisio Alves e Gabriel Ponte)

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