Turquia diz que criará zona segura no norte da Síria em cooperação com EUA
Istambul, 23 jul (EFE).- A Turquia e os Estados Unidos vão cooperar militarmente para estabelecer no norte da Síria uma "zona segura", uma faixa paralela à fronteira turca exigida por Ancara, informou nesta terça-feira o Ministério da Defesa do país eurasiático.
O anúncio, feito no perfil do ministério no Twitter, coincide com o segundo dia da visita do enviado especial dos EUA para a Síria, James Jeffrey, que chegou ontem a Ancara e se reuniu com o ministro da Defesa da Turquia, Hulusi Akar.
"Hoje foi feito um trabalho partilhado no Ministério da Defesa em Ancara para estabelecer de forma coordenada a zona segura planejada no norte da Síria", diz o comunicado.
O ministério esclareceu que o trabalho está sendo realizado "entre as autoridades militares" turcas e americanas, "em linha com o que estabeleceram em sua reunião o ministro Akar e o enviado especial Jeffrey".
A Turquia está há anos pedindo permissão a Washington para ocupar uma faixa de aproximadamente 30 quilômetros de largura no norte da Síria, ao longo de toda a fronteira.
Após duas intervenções em 2016 e 2018, o exército turco já controla uma ampla faixa de território sírio ao longo de quase um terço de sua fronteira, mas o restante está sob controle das milícias curdas Unidades de Proteção do Povo (YPG, na sigla em curdo).
As YPG são aliadas dos EUA na luta contra o que resta do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria, mas Ancara as considera terroristas por seus vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), a guerrilha curda ativa na Turquia, que vê com maus olhos o controle da fronteira.
No entanto, se os militares turcos ocuparem uma faixa de 30 quilômetros de largura ao longo de toda a fronteira, como propõe Ancara, quase todo o território sírio habitado por curdos passaria para o controle da Turquia, algo inaceitável para as YPG.
A mensagem de hoje não esclarece os detalhes do acordo e só anuncia que "há planos para continuar com as reuniões entre autoridades militares turcas e americanas nos próximos dias". EFE
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