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Presidente da República Dominicana anuncia que não deve concorrer à reeleição

23/07/2019 02h55

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Santo Domingo, 22 jul (EFE).- O presidente da República Dominicana, Danilo Medina, anunciou nesta segunda-feira que não visa a reeleição no pleito de 2020, fechando a porta para uma polêmica reforma da Constituição que um setor do governo tentava impulsionar.

Em pronunciamento de aproximadamente 15 minutos feito no Palácio Nacional e exibido pela TV, Medina afirmou, sem ser plenamente explícito, que ao concluir o segundo mandato quer "sair à rua para caminhar como mais um cidadão e olhar nos olhos do povo com a satisfação do dever cumprido".

Medina estava há meses sem esclarecer os planos para 2020, enquanto seus apoiadores tentavam impulsionar uma reforma da Constituição para permitir um terceiro mandato consecutivo, o que é proibido atualmente. O silêncio do presidente gerou fortes tensões políticas no país.

Em seu discurso, o presidente disse ter "a consciência tranquila" após a reforma da Carta Magna de 2015, que lhe permitiu aspirar a um segundo período de governo consecutivo, que ele descreveu como uma "decisão acertada".

"Desde que começamos nosso segundo período de governo, não mostrei qualquer intenção de voltar à Presidência", disse Medina.

Há duas semanas, durante uma conversa por telefone, Medina disse ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, que ele ainda não havia tomado uma decisão para as eleições de 2020.

Medina admitiu que companheiros de partido o encorajaram a se candidatar e chegou a "avaliar em algum momento" para executar, mas decidiu não fazê-lo para respeitar os valores da Constituição, "manter a coerência" e "apaziguar o ambiente político" , entre outras razões.

"Por mais que eu goste de continuar trabalhando em prol do povo dominicano, existem regras e princípios que transcendem o trabalho de um homem e devem prevalecer", argumentou.

Medina assegurou que o Comitê Político do Partido da Libertação Dominicana (PLD) expressou seu apoio a esta "campanha injustificada" contra a reeleição promovida por um setor minoritário da formação liderada pelo ex-presidente Leonel Fernández, candidato às eleições de 2020.

A possibilidade de reeleição provocou fortes tensões no PLD, partido do governo desde 2004, que se divide em duas facções há meses, o "danilista" e o "leonelista", cada vez mais confrontado nas últimas semanas.

Na semana passada, Leonel Fernández liderou uma manifestação em massa em frente ao Congresso Nacional para mostrar sua oposição à reeleição, enquanto espalhava rumores que senadores ligados a Medina estavam se preparando para apresentar o projeto de reforma constitucional perante o Senado. EFE

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