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Teerã 'não busca confronto', diz chanceler iraniano a Boris Johnson

22/07/2019 19h50

Manágua, 22 Jul 2019 (AFP) - O Irã quer estabelecer "relações normais baseadas no respeito mútuo" com a Grã-Bretanha, disse nesta segunda-feira (22), em Manágua, o chanceler iraniano, Javad Zarif, em uma mensagem dirigida de Manágua a Boris Johnson nas vésperas de sua provável posse como premiê britânico.

"É muito importante que Boris Johnson, em um momento em que se prepara para entrar em Downing Street, 10 [sede do Executivo britânico], compreenda que o Irã não busca o confronto", disse Zarif em coletiva de imprensa em Manágua, onde o chanceler se encontrava em visita em plena escalada da tensão com a Grã-Bretanha.

Zarif advertiu para os riscos de começar uma guerra em meio à crise pelo confisco de barcos petroleiros no estreito de Ormuz.

"Acredito que todos entendem que começar um conflito pode ser fácil. Terminar seria impossível (...), quem inicia uma guerra pode não ser que a termine", disse Zarif a jornalistas que lhe perguntaram sobre o conflito.

O diplomata chegou no domingo à Nicarágua para uma visita oficial procedente da Venezuela, onde participou de uma reunião sobre o Movimento de Países Não Alinhados.

Zarif justificou o confisco do petroleiro com bandeira britânica no estreito de Ormuz, na sexta-feira passada, como a aplicação de "dispositivos do direito internacional sobre a passagem segura" nesta área.

Ele explicou que a embarcação "tinha apagado a sinalização durante mais tempo do que se tinha sido permitido. Passava pelos canais errados, pondo em risco a segurança da navegação no estreito de Ormuz".

"O Irã tem um total de 1.500 milhas de costa no Golfo Pérsico; somos responsáveis pela segurança e pela liberdade de navegação" nessa área, acrescentou Zarif.

Em Londres, o ministro britânico de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, declarou que "vamos buscar criar uma missão de proteção marítima pela Europa para apoiar a passagem segura dos cargueiros e da tripulação nessa região vital". Também enfatizou que não queria um confronto com o Irã.

Zarif qualificou como "infelizes" e "infundadas" as desculpas das autoridades do Reino Unido e de Gibraltar, após o confisco de uma embarcação que transportava petróleo iraniano.

"Não era um barco iraniano", afirmou, qualificando esta ação de "pirataria" e contrária ao direito internacional.

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