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Sarampo salta 164% em 19 dias na capital de SP; prefeito culpa 'fake news'

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) - Eduardo Knapp - 24.jan.2019/Folhapress
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) Imagem: Eduardo Knapp - 24.jan.2019/Folhapress
do UOL

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

22/07/2019 10h33Atualizada em 29/07/2019 11h59

A cidade de São Paulo registrou neste ano 363 casos de pessoas com sarampo, além de 800 em investigação, disse hoje o prefeito, Bruno Covas (PSDB). Desses casos, 226 foram registrados neste mês --ou seja, os casos cresceram 164,9% nas três primeiras semanas de julho. A campanha de vacinação contra o sarampo, que teve início em 10 de junho, conta com apenas 6% de adesão na capital paulista. A meta é vacinar 3 milhões de pessoas até 16 de agosto.

Em entrevista para a imprensa na manhã de hoje, Covas afirmou que os casos se devem "em grande parte às fake news na internet". Ele culpou a divulgação de informações sem comprovação científica pela baixa vacinação na cidade e convocou a presença dos "jovens adultos", de 15 a 29 anos.

De acordo com a prefeitura, o sarampo foi reintroduzido em São Paulo em 2018. No Estado, são 484 casos.

"É inaceitável que, apesar da democratização dos meios digitais, haja desinformação e disseminação de falsas notícias que contribuem para o recrudescimento do sarampo no Brasil e na cidade de São Paulo", afirmou o prefeito. "As pessoas postam notícias que recebem sem checar, divulgando informações sem comprovação científica."

Cidade vive surto da doença

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, o sarampo foi reintroduzido em São Paulo por oito casos importados de Israel, Noruega e Malta. Aparecido afirmou que cada infectado pode contaminar de 11 a 18 pessoas. "Sarampo não é uma gripe, sarampo mata. Por isso a mobilização busca envolver toda a sociedade civil."

Embora o número de pacientes tenha crescido e 800 casos estejam em investigação, a coordenadora de Vigilância em Saúde, Solange Maria de Saboia e Silva, negou que a existência de epidemia. "Estamos vivendo um surto. Nós temos o controle", disse.

O público-alvo da campanha de vacinação são os "jovens adultos", de 15 a 29 anos, cerca de 3 milhões de pessoas. "Desde junho, fizemos uma vacinação seletiva, que se concentrou em jovens nessa idade, os menos protegidos. São aqueles que não foram vacinados ou ainda precisam de uma dose", afirmou o secretário de Saúde.

Embora o foco seja a população entre 15 e 29 anos, a vacinação é "indiscriminada", para todos os interessados. A vacina está disponível em hospitais, postos de saúde, mas também em terminais de ônibus, shopping centers e condomínios que manifestarem interesse em vacinar seus moradores.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) concedeu ao Brasil o certificado de eliminação do sarampo em 2016. Em fevereiro do ano passado, no entanto, a doença foi reintroduzida no país, quando 10.326 casos foram registrados por conta da migração de pessoas doentes que migraram da Venezuela para Roraima e Amazonas.

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