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Estudo revela que indivíduos da etnia inuit são geneticamente únicos

22/07/2019 19h48

Redação Central, 22 jul (EFE).- Um estudo internacional revelou que os inuits de Nunavik, no Canadá, são geneticamente únicos e, entre as variantes genéticas encontradas nessa população, algumas poderiam predispor ao aneurisma.

Estas são algumas das conclusões de um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS) liderado por pesquisadores da Universidade de McGill, em Montreal.

As populações isoladas geograficamente desenvolvem com frequência traços genéticos únicos que resultam de sua adaptação bem-sucedida a ambientes específicos, afirmou a universidade canadense em uma nota de imprensa.

Infelizmente, essas adaptações às vezes os predispõem a certos problemas de saúde, acrescentou a universidade na nota, que também indicou que o quadro genético dessas populações "é frequentemente pouco conhecido, porque elas vivem longe dos centros de pesquisa científica".

Segundo a pesquisa, os inuits do Ártico canadense têm maior prevalência de problemas cardiovasculares, assim como maior incidência de aneurismas cerebrais que a população em geral.

Para conhecer a possível origem genética desses transtornos, os pesquisadores do instituto e hospital Neuro da Universidade de McGill analisaram as caraterísticas genéticas de 170 voluntários inuits de Nunavik, região situada no extremo-norte de Québec.

Através de diferentes técnicas de sequenciamento genético, os pesquisadores encontraram vários "traços interessantes": trata-se de uma população geneticamente distinta, cujos parentes mais próximos são os paleoesquimós, um povo que habitava o Ártico antes dos inuit.

Concretamente, os inuit dessa região têm assinaturas genéticas diferentes nas vias que envolvem o metabolismo dos lipídios e a adesão celular, que podem representar adaptações para ajustar-se à dieta rica em gorduras e ao frio extremo do norte canadense.

"Compreender a composição genética dos povos não europeus, especialmente daquelas populações isoladas com antecedentes genéticos únicos, como os inuit de Nunavik, melhorará nossa capacidade para oferecer tratamentos médicos adaptados às suas necessidades", afirmaram os autores do artigo.

Guy Rouleau, autor principal do estudo, explicou que as próximas pesquisas se concentrarão em verificar se esses traços genéticos aumentam efetivamente o risco de aneurisma e, se for assim, ver quais intervenções específicas podem ser desenvolvidas. EFE

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