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Google pagará multa milionária por invadir privacidade de menores no YouTube

20/07/2019 00h59

Washington, 19 jul (EFE).- O governo dos Estados Unidos e o Google concordaram na sexta-feira que a gigante da tecnologia pague uma multa de milhões de dólares por não tomar medidas apropriadas para evitar que menores acessem imagens inapropriadas e coletem seus dados em sua plataforma de vídeos do YouTube, informou a mídia local.

O acordo, que teve o apoio dos três membros republicanos e foi rejeitado pelos dois democratas da Comissão Federal de Comércio (FTC, sigla em inglês), reflete que a plataforma de vídeo de sua propriedade falhou em seus mecanismos de controle e violou as leis de proteção online de menores, de acordo com o jornal "The Washington Post".

As negociações foram realizadas pela FTC, mas o acordo ainda precisa ser aprovado pelo Departamento de Justiça, que geralmente se limita a ratificar esse tipo de acordo.

No momento, a quantia exata da multa é desconhecida, mas o jornal assegura que serão vários milhões de dólares.

Este processo remonta a abril do ano passado, quando uma coalizão de 23 grupos de defesa dos direitos da criança informou à FTC que a gigante da tecnologia coletou informações pessoais de crianças menores de 13 anos, incluindo localização, identificadores de dispositivos e números de telefone e os rastreou sem o consentimento deles.

O processo alegava que o YouTube usava esses dados para direcionar anúncios a menores por meio de sua plataforma e, assim, obter desempenho econômico.

Inicialmente, o mais famoso mecanismo de busca da Internet se defendeu dessas acusações alegando que a plataforma do YouTube é apenas para maiores de 13 anos, porém os autores consideraram que, na realidade, não existem mecanismos de controle para aplicar essa política e evitar o acesso dos mais jovens à plataforma.

Na verdade, o Google ainda tem um aplicativo dedicado exclusivamente a crianças chamado "YouTube Kids", lançado em 2015 e projetado para exibir conteúdo e anúncios apropriados para crianças.

A este respeito, há um mês, o "The Wall Street Journal" disse que a plataforma de vídeo está considerando remover todos os conteúdos das crianças de seu portal principal e transferi-los para esse aplicativo em resposta ao seu controverso gerenciamento de conteúdo para os menores.

A ideia seria que todos os conteúdos protagonizados por crianças ou dirigidos a esse público seja exclusivamente no aplicativo "YouTube Kids", com o qual a empresa de propriedade da Alphabet (empresa controladora do Google) tentaria evitar novos confrontos com a FTC. EFE

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