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Pompeo dá forte apoio à Argentina no aniversário de atentado à Amia

19/07/2019 16h30

Buenos Aires, 19 Jul 2019 (AFP) - O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, deu um forte apoio à Argentina no 25º aniversário do atentado contra a mutual judaica Amia e, ao mesmo tempo, apontou o Irã e o movimento xiita libanês Hezbollah como responsáveis por esse ataque que deixou 85 mortos.

"Não os esquecemos, nem vamos esquecê-los jamais", disse Pompeo nesta sexta-feira (19), ao se referir às vítimas do atentado, em uma cerimônia na sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires.

"Foram assassinados por integrantes de um grupo terrorista, o Hezbollah, apoiados pelo Irã", afirmou o secretário de Estado.

A Argentina acusa funcionários iranianos de alto escalão do governo de terem organizado o atentado, e um membro do movimento xiita libanês Hezbollah, de tê-lo executado. Passados 25 anos, ninguém foi julgado, ou condenado, pelo ataque.

Este foi o atentado mais sangrento já ocorrido na Argentina, país que conta com a maior comunidade judaica da América Latina, com quase 300 mil integrantes.

Nesta sexta, Washington impôs sanções financeiras a Salman Raouf Salman, líder do movimento xiita libanês Hezbollah suspeito de ser o autor intelectual do atentado de 1994 contra a associação judaica Amia na Argentina.

O Departamento de Estado americano também ofereceu uma recompensa de US$ 7 milhões por informações sobre seu paradeiro.

"Salman coordenou um ataque devastador em Buenos Aires, Argentina, contra o maior centro judaico da América do Sul há 25 anos e, desde então, dirigiu operações terroristas no Hemisfério Ocidental para o Hezbollah", disse a subsecretária do Tesouro encarregada da luta contra o terrorismo, Sigal Mandelker, ao anunciar as sanções.

Pompeo destacou, em uma declaração posterior, que o "Hezbollah tem uma forte presença na América do Sul" e apontou como temas preocupantes o Irã, o Estado Islâmico e "a Al Qaeda, que procura se reimpor como vanguarda do terrorismo".

O atentado da AMIA deixou 85 mortos e 300 feridos e é o mais violento já ocorrido na Argentina, país que conta com a maior comunidade judaica da América Latina, com quase 300 mil integrantes.

"Não foi um atentado apenas contra a comunidade judaica da Argentina, mas um ataque contra a democracia, a liberdade e a sociedade argentina", afirmou Pompeo.

- 'Ameaça global' -O secretário de Estado destacou a decisão da Argentina de ordenar o congelamento de ativos do Hezbollah e fez um apelo aos demais países latino-americanos para que sigam seu exemplo.

"Frente a uma ameaça mundial é responsabilidade dos países cortar o fluxo de dinheiro", disse Pompeo, na abertura da Segunda Conferência Hemisférica contra o Terrorismo, na sede da Chancelaria argentina.

"Parabenizamos a Argentina por ter tomado esta medida, por ter classificado o Hezbollah de terrorista. A única maneira de enfrentar esta ameaça é com o trabalho conjunto", afirmou.

Em um tom similar, o chanceler argentino, Jorge Faurie, disse que, "para muitos países, em nossa região, o terrorismo era algo remoto, mas hoje o terrorismo é claramente uma ameaça global".

"O terrorismo deve ser combatido com ferramentas no âmbito do Estado de direito, mas com muita cooperação internacional", acrescentou.

Participaram do evento ministros das Relações Exteriores e autoridades de cerca de 20 países. A primeira conferência aconteceu em Washington, em dezembro passado. No evento, a Argentina foi escolhida como próximo país-sede.

- Visita latino-americana -A Argentina é o primeiro ponto de um viagem latino-americana de Pompeo, que também o levará ao Equador, a El Salvador e ai México. Esta é sua quarta visita à América Latina desde que assumiu o cargo de secretário de Estado, há mais de um ano.

Além de participar da conferência contra o terrorismo, Pompeo se encontrará com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, na residência oficial de Olivos, na periferia de Buenos Aires, em uma demonstração de apoio ao presidente que busca a reeleição nas eleições. as eleições de 27 de outubro próximo.

"Sob liderança do presidente (Donald) Trump, nosso governo fez um esforço para nos comprometermos novamente com nossos parceiros da América Latina. Pensamos que esta é uma nova era. Enfim, estamos de volta à América Latina", declarou Pompeo.

As pesquisas mostram uma ligeira vantagem do candidato da oposição Alberto Fernández, em uma chapa compartilhada com a ex-presidente Cristina Kirchner, agora como vice.

A disputa pela Casa Rosada acontece em um momento de crise econômica e em meio às severas medidas de austeridade aplicadas pelo governo de Mauricio Macri, firmadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em troca de um auxílio financeiro de 57 bilhões de dólares.

"A Argentina e o presidente Macri receberam um enorme apoio dos Estados Unidos e do presidente Trump", agradeceu Faurie.

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