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Contra gripe H1N1, igrejas do interior de SP evitam orações de mãos dadas

Oração de mãos dadas - Istock
Oração de mãos dadas Imagem: Istock
do UOL

Daniel Leite

Colaboração para o UOL, em Juiz de Fora (MG)

19/07/2019 17h38

Após quatro mortes causadas pelo vírus H1N1, a Diocese de Taubaté (SP), cidade de 300 mil habitantes, orientou aos religiosos que evitassem orações de mãos dadas, entre outros cuidados, para diminuir os riscos de contaminação.

As diretrizes foram repassadas também para outros dez municípios abrangidos pela diocese.

Um dos pedidos do comunicado é "omitir a saudação da Paz", momento em que os fiéis se cumprimentam.

Também foi feito um alerta para que a "procissão do ofertório" não seja mais realizada. Nesse ritual, comum em missas especiais e de domingo, hóstias, pães e vinho são levados até o altar, fazendo com que circulem em diferentes ambientes com grande aglomeração de pessoas, aumentando os riscos de propagação do vírus.

Já a hóstia da comunhão deverá ser entregue sem ser molhada antes no vinho, como muitas vezes acontece. E precisa ser colocada nas mãos do fiel, em vez de sobre a língua, como é de costume. Nesse momento, segundo a doutrina, os fiéis recebem o corpo e o sangue de Cristo.

A circular da diocese orienta também os religiosos para os casos de visitas a pessoas doentes em casas e hospitais. Elas deverão ser feitas com "particular atenção, sobretudo se várias forem visitadas em sequência", segundo o comunicado, para reduzir a chance de contaminação cruzada.

O alerta, direcionado a "sacerdotes, diáconos, ministros extraordinários da sagrada comunhão eucarística, agentes de pastoral e ao povo de Deus em geral", também indica a importância de manter abertos os locais de missas e reuniões para melhorar a ventilação.

Sarampo também preocupa

A infectologista Rosana Richtmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz que medidas contra a gripe são sempre importantes. Mas lembra que a grande preocupação agora no estado é com o sarampo. São 384 casos confirmados, crescimento de 86% em menos de 15 dias.

Para a especialista, é fundamental que as igrejas orientem a população sobre a doença, transmitida com mais facilidade do que a gripe.

Como frequentam missas e celebrações com grande número de pessoas, os fiéis precisariam ser orientados sobre os sintomas do sarampo, como febre, tosse persistente, lacrimejamento, mal-estar. Se um deles aparecer, a dica é não frequentar as igrejas.

"É um momento importante no estado porque a transmissão do vírus do sarampo é muito fácil, então, qualquer pessoa com suspeita não deve nem sair de casa, muito menos ir num lugar com muita gente com nas missas", afirmou.

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