Congregação católica chilena expulsa segundo padre pedófilo em uma semana
Santiago, 19 Jul 2019 (AFP) - A Companhia de Jesus informou nesta sexta-feira (19) sobre a expulsão do sacerdote chileno Jaime Guzmán por abuso sexual de menores, o segundo religioso destituído por esse motivo em uma semana, após a expulsão do padre Leonel Ibacache.
Guzmán estava desde 2012 suspenso das atividades eclesiásticas por abuso de menores, com proibição total de exercer publicamente o ministério sacerdotal e o contato com menores de idade.
A congregação informou no ano passado sobre essa sanção e iniciou uma investigação em janeiro que finalmente resultou na expulsão definitiva do sacerdote.
"O Superior Geral da Companhia de Jesus determinou a demissão do estado clerical e a expulsão da Companhia de Jesus de Jaime Guzmán Astaburuaga SJ", informou um comunicado da congregação.
Os abusos teriam sido cometidos entre 1984 e 1997 durante retiros espirituais que Guzmán organizava com alunos de colégios vinculados à congregação.
Uma declaração pública assinada por setenta ex-estudantes do Colégio Santo Ignácio de Santiago confirmou os feitos e acusaram o padre de ter fotografado os menores de idade.
Na última segunda-feira, a congregação havia anunciado a expulsão do sacerdote Leonel Ibacache, sindicado por abusar sexualmente de ao menos cinco menores de idade nas mesmas condições que Guzmán.
A Congregação para a Doutrina da Fé, instituição vaticana que investiga os casos de abusos de menores por parte de religiosos, deve confirmar a expulsão dos dois padres. Ambos os casos foram denunciados ao Ministério Público chileno.
"Como a Companhia de Jesús, pedimos perdão as vítimas pelo grave dano que lhes foi causado, ao mesmo tempo que agradecemos sua valentia para entregar seus testemunhos", informou o comunicado.
A Igreja chilena enfrenta múltiplas denúncias de abusos sexuais por parte de sacerdotes. Isso levou à demissão de sete bispos, a expulsão do sacerdócio de outros dois bispos eméritos e dos sacerdotes Fernando Karadima e Cristián Precht, que se somam a Guzmán.
A justiça investiga a sua vez mais de 150 casos de abusos sexuais que envolvem 219 membros da Igreja e que deixaram supostamente 241 vítimas, entre elas 123 eram menores de idade no momento dos fatos.
msa/piz/cc/mvv
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