Adesivos homofóbicos de revista polonesa provocam onda de críticas
Varsóvia, 19 jul (EFE).- A campanha homofóbica da revista polonesa "Gazeta Polska", que em sua última edição distribuiu adesivos com a mensagem "Zona Livre de LGBT", recebeu uma onda de críticas, entre elas da embaixadora dos Estados Unidos na Polônia, que disse estar "decepcionada com tanta intolerância".
"Devemos trabalhar lado a lado pela diversidade e a tolerância", escreveu nesta sexta-feira a diplomata americana, Georgette Mosbacher, em sua conta no Twitter, em declarações que rompem a aparente neutralidade de Washington diante das políticas impulsionadas pelos setores mais radicais da sociedade polonesa.
Por sua vez, o redator-chefe da "Gazeta Polska", Tomasz Sakiewicz, se defendeu e afirmou que "a liberdade significa o respeito a todos os pontos de vista, inclusive aqueles com os quais não se está de acordo".
"Nos opomos a que se imponham pontos de vista à força, e acreditamos que ser um ativista do movimento gay não faz com que alguém seja mais tolerante", declarou Sakiewicz, acrescentando que "o povo polonês sabe o que é a liberdade e a tolerância há séculos".
Entre as críticas aos adesivos também se destacam a do ativista gay e líder do partido Primavera, Robert Biedron, que os classificou como "escandalosos", e ressaltou o fato de que a revista mantém uma linha editorial afinada com o governo polonês do partido Lei e Justiça.
O partido liberal Nowoczesna também lamentou a "intolerável" campanha de"Gazeta Polska", e um de seus líderes, Pawel Rabiej, assegurou que levará o assunto ao Ministério Público.
"Os fascistas alemães criaram zonas livres de judeus, o apartheid fez o mesmo com os negros", denunciou Rabiej através da sua conta no Twitter.
Hoje, o porta-voz do governo polonês, Piotr Mueller, garantiu que ele não usará esses adesivos, mas qualificou como "desnecessárias" as declarações da embaixadora dos EUA em Varsóvia.
"Em geral, sou crítico com o que estão fazendo alguns grupos LGBT, mas sou partidário de abordar isto de maneira construtiva e de não criar uma atmosfera de tensão entre os diferentes grupos ou entornos, como costumam fazer as comunidades LGBT", criticou Mueller. EFE
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