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Trump recebe na Casa Branca vítimas de perseguição religiosa na China e em outros países

18/07/2019 09h24

Por Alexandra Alper

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fez da liberdade religiosa um pilar de sua política externa, se encontrou na quarta-feira com vítimas de perseguição religiosa em países como China, Turquia, Coreia do Norte, Irã e Mianmar.

Trump tem muitos evangélicos em sua base de apoio, e nesta semana o Departamento de Estado está sediando uma conferência sobre o tema que contará com as presenças do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e do secretário de Estado, Mike Pompeo.

Entre 27 participantes da reunião no Salão Oval, quatro eram da China, disse a Casa Branca: Jewher Ilham, um muçulmano uigur; Yuhua Zhang, um seguidor do Falun Gong; Nyima Lhamo, budista tibetano, e Manping Ouyang, um cristão.

A China condenou o pai de Ilham, Ilham Tohti, professor de economia e defensor dos direitos dos uigures, à prisão perpétua após acusá-lo de separatismo em 2014, atraindo críticas dos EUA e de grupos de direitos humanos à época.

Quase duas dúzias de nações reunidas no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) neste mês exortaram a China a parar de perseguir os uigures étnicos de Xinjiang, região do oeste onde especialistas da ONU e ativistas dizem que ao menos um milhão estão sendo mantidos em centros de detenção.

O governo Trump vem estudando sanções contra autoridades chinesas devido às suas políticas para Xinjiang, inclusive o chefe do Partido Comunista regional, Chen Quanguo, mas está se contendo diante das ameaças chinesas de represália.

As relações entre EUA e China já estão tensas devido a uma guerra comercial retaliatória na qual Washington alega que Pequim utiliza práticas comerciais injustas.

Em maio, a Reuters noticiou que o governo norte-americano estava cogitando sanções à empresa chinesa de vigilância por vídeo Hikvision devido ao tratamento do país aos uigures, citando uma pessoa a par do assunto.

O governo chinês rejeita qualquer insinuação de que abusa dos direitos humanos e religiosos.

"Devo ressaltar que, na China, esta situação de uma assim chamada perseguição religiosa não existe", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lu Kang, em um boletim à imprensa em Pequim nesta quinta-feira.

(Reportagem adicional de David Brunnstrom, em Washington, e Michael Martina, em Pequim)

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