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EUA sancionam provedores de materiais sensíveis para programa nuclear do Irã

18/07/2019 18h17

Washington, 18 jul (EFE).- O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira sanções contra empresas e indivíduos vinculados a uma rede que adquiria "materiais sensíveis" para o programa nuclear do Irã.

As empresas e os indivíduos afetados por estas medidas, que tiveram bloqueado o acesso a seus bens nos EUA ou em posse de pessoas no país, têm sedes em Irã, China e Bélgica, informou o Departamento do Tesouro em comunicado.

A informação detalha que os sancionados atuaram como uma "rede de aquisições" para a empresa Iran Centrifuge Technology Company (TESA).

"O Tesouro está tomando medidas para fechar uma rede de compras nucleares iranianas que aproveita companhias de fachadas com sede na China e na Bélgica para adquirir materiais críticos e beneficiar as ambições malignas do regime", afirmou no comunicado Steven Mnuchin, secretário do Tesouro.

Mnuchin especificou que o governo dos Estados Unidos "está profundamente preocupado com o enriquecimento de urânio do regime iraniano e outros comportamentos provocadores".

As sanções são dirigidas contra a empresa iraniana Bakhtar Raad Sepahan, que, segundo o comunicado, facilitou, em coordenação com seu escritório na Bélgica, "acordos para a compra de produtos de alumínio chineses no valor de centenas de milhares de dólares e seu envio da China ao Irã em nome da TESA".

As compras incluíam "alguns artigos controlados" pelo Grupo de Fornecedores Nucleares (GFN), formado por países provedores, que procura contribuir para a não-proliferação de armas nucleares.

Também foi sancionado um funcionário da Bakhtar Raad Sepahan, acusado de contratar "provedores de alumínio com sede na China para cumprir os contratos de compra com a TESA".

Outros dos afetados pelas sanções são a Tawu BVBA, filial na Bélgica da Bakhtar Raad Sepahan; um diretor da Tawu BVBA, e a Henan Jiayuan Aluminum Industry Company, com sede na China.

Os Estados Unidos deixaram no ano passado o acordo fechado em 2015, após meses de duras negociações, pelo qual o Irã aceitou limitar seu programa atômico para demonstrar que nem pode nem quer desenvolver armas atômicas no curto prazo.

Em troca dessas concessões de Teerã, a comunidade internacional concordou em suspender as sanções que afogavam sua economia há anos.

No entanto, o presidente americano, Donald Trump, reverteu a estratégia do seu predecessor, Barack Obama, e foi aumentando a pressão contra o Irã e impondo novas sanções, especialmente contra as vitais exportações petrolíferas iranianas.

No último mês de maio, as autoridades iranianas anunciaram que deixavam de cumprir alguns dos seus compromissos nucleares até que as outras partes garantissem os interesses econômicos do Irã estipulados no chamado Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês).

O Irã já superou desde então o limite de armazenamento de urânio de 300 quilos e o nível de enriquecimento de 3,67% permitidos no acordo. EFE

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