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EUA derruba drone iraniano no estreito de Ormuz

Washington

18/07/2019 21h05

Os Estados Unidos derrubaram nesta quinta-feira (18) um avião não tripulado iraniano no estreito de Ormuz, que se aproximava perigosamente de um navio americano, informou o presidente Donald Trump.

"O (USS) Boxer tomou uma ação defensiva contra um drone iraniano que tinha se aproximado a uma distância muito, muito pequena, de umas 1.000 jardas" [cerca de 1 km], anunciou Trump na Casa Branca.

"O drone foi destruído imediatamente", destacou.

A derrubada da aeronave ocorre em um momento de tensões crescentes na região do Golfo entre os Estados Unidos e o Irã.

"Esta é a última de muitas ações provocadoras e hostis do Irã contra navios que operam em águas internacionais", prosseguiu Trump.

"Os Estados Unidos se reservam o direito de defender as instalações de seu pessoal e seus interesses, e exorta todas as nações a condenar a liberdade de navegação e o comércio mundial do Irã", afirmou.

O mandatário também fez um chamado a outros países para que protejam seus navios no estreito e colaborem com os Estados Unidos.

Um porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, confirmou o incidente, que ocorreu às 10H00 local (02H30 Brasília), quando o USS Boxer se preparava para entrar no estreito de Ormuz.

Já o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, declarou não ter conhecimento da perda de qualquer drone do país.

"Não temos informação sobre a perda de drone hoje", disse Zarif ao chegar à sede das Nações Unidas para uma reunião com o secretário-geral, Antonio Guterres.

Os Guardiões da Revolução do Irã, o Exército de elite da República Islâmica, informaram ter retido um "petroleiro estrangeiro" e seus 12 tripulantes no dia 14 de julho por suposto contrabando de combustível, após uma série de incidentes com navios-tanque nesta região sob alta tensão há mais de dois meses.

No dia 20 de junho, o Irã derrubou um drone americano nas sensíveis águas do Golfo, em meio a uma série de ataques contra petroleiros que Washington atribuiu a Teerã.

Trump cancelou então, de última hora, medidas de represália contra o Irã, para evitar o alto custo humano da reação dos EUA.

Washington reforçou sua presença militar na região, acusando o Irã de estar por trás dos atos de sabotagem contra quatro navios na região do Estreito de Ormuz, em maio, e de dois ataques, em meados de junho, a dois petroleiros - um japonês e um norueguês - no Golfo de Omã.

Teerã nega qualquer envolvimento nos ataques.

O Golfo Pérsico e o Estreito de Ormuz - por onde passa um terço do transporte marítimo de petróleo do mundo - estão no centro da escalada entre Estados Unidos e Irã.

Enquanto Washington tenta formar uma coalizão internacional para escoltar os navios mercantes no Golfo, o chefe do Comando Central dos EUA, Kenneth McKenzie, se comprometeu "energicamente" nesta quinta-feira a garantir a segurança do transporte marítimo nesta zona, durante visita à Arábia Saudita.

A tensão entre Teerã e Washington passou a crescer desde que os EUA se retiraram do acordo nuclear de 2015 com o Irã e voltaram a aplicar sanções à República Islâmica.

Em maio de 2018, o governo de Donald Trump abandonou unilateralmente do acordo internacional firmado com Teerã, e estabeleceu uma série de sanções econômicas para pressionar o Irã.

Em resposta, o Irã passou a ignorar certas cláusulas do tratado, incluindo o limite de urânio enriquecido autorizado para produção pela República Islâmica.

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