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Produtores paraguaios pedem divisão igual de cota para exportar carne à UE

17/07/2019 18h02

Assunção, 17 jul (EFE).- Produtores paraguaios exigem que a cota de 99 mil toneladas de carne que o Mercosul poderá exportar à União Europeia (UE) com tarifas preferenciais após o acordo firmado entre os blocos seja dividida de forma igual para evitar que Brasil e Argentina sejam beneficiados.

O presidente da Associação Rural do Paraguai (ARP), Luis Villasanti, fez a exigência em entrevista concedida à Agência Efe nesta quarta-feira, enquanto os presidentes dos quatro países do bloco discutem a implementação do acordo em Santa Fé, na Argentina.

"É preciso que a negociação interna do Mercosul seja igualitária para evitar que Brasil e Argentina saiam beneficiados, em detrimento do Uruguai e do Paraguai", afirmou Villasanti.

Após ter assinado o histórico acordo com a UE, o Mercosul agora deve decidir como repartirá as cotas de exportação para o bloco europeu de produtos como a carne, o arroz e o açúcar.

O trecho citado pelo presidente da ARP é uma das questões do acordo que mais afetam o Paraguai, já que a indústria de carne bovina representa 12,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e emprega cerca de 400 mil pessoas.

Além disso, Villasanti garantiu que os produtores paraguaios já atendem aos critérios fitossanitários exigidos pela UE no acordo comercial.

"Superamos todos os critérios e somos um exemplo na saúde animal", destacou.

Nos primeiros seis meses do ano, o país exportou US$ 478,2 milhões em carne bovina, uma queda de 20,6% em relação ao mesmo período de 2018, de acordo com o último relatório sobre o comércio exterior divulgado pelo Banco Central do Paraguai.

Segundo Villasanti, o recuo ocorreu porque o preço médio da carne está 10,1% menor do que o registrado no ano passado, uma redução puxada por Rússia, Taiwan e Brasil.

O acordo comercial é visto como essencial para o setor, já que pode levar a carne paraguaia a outros mercados, como os de Estados Unidos, Canadá, Japão e Turquia.

Para isso, porém, o presidente da ARP destaca a necessidade da criação do Instituto Paraguaio da Carne, instituição que permitirá que os produtores obtenham os certificados internacionais do produto. A iniciativa ainda será avaliada no Congresso.

"A chegada a novos mercados nos ajudaria a atravessar esse mau momento", projetou Villasanti. EFE

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