Trump desautoriza Pentágono e justifica opção da Turquia por mísseis russos
Washington, 16 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, jogou por terra nesta quarta-feira meses de trabalho do Pentágono ao justificar a opção do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, de comprar o sistema antimísseis S-400, de fabricação da Rússia, e culpar seu antecessor, Barack Obama.
"Ele (Erdogan) queria comprar nossos mísseis Patriot, mas nós não os vendíamos. E, veja, ele queria realmente comprá-los", afirmou Trump a jornalistas pouco antes de uma reunião com os secretários de governo na Casa Branca.
"Por causa do fato que eles (a Turquia) compraram os mísseis russos, nós não estamos autorizados a vender a eles aeronaves avaliadas em bilhões de dólares", continuou Trump.
Após a decisão de Erdogan de adquirir o sistema antimísseis russo, o governo dos EUA decidiu suspender as negociações para a venda de caças F-35 à Turquia, uma operação que chegou a ser anunciada pelos dois países em junho.
"Não é uma situação justa", lamentou Trump.
Horas antes das declarações do presidente americano, o futuro secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, disse em uma audiência no Senado que o acordo entre Turquia e Rússia decepcionou a Casa Branca e ressaltou que Erdogan não poderia ter as duas coisas.
O centro da polêmica é a venda da Rússia para a Turquia do S-400 por US$ 2,5 bilhões. O sistema é um dos orgulhos da indústria armamentista russa, que garante que o dispositivo é capaz de derrubar caças ou mísseis de cruzeiro a uma distância de até 250 quilômetros.
Tanto o Pentágono como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar da qual a Turquia faz parte, criticaram a decisão de Erdogan, já que os sistemas de defesa russos não são compatíveis com os utilizados pelos integrantes do grupo.
No entanto, Trump disse hoje estar otimista sobre a possibilidade de encontrar uma saída que satisfaça a todas as partes envolvidas.
"Veremos o que vai ocorrer, mas realmente não é justo. Não é que eu tenha apego aos países, ou apego à Turquia, mas tenho uma boa relação com Erdogan", concluiu Trump. EFE
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