Comissão do Parlasul condena Bolsonaro por elogios a ditador paraguaio
Montevidéu, 16 jul (EFE).- A Comissão de Direitos Humanos do Parlamento do Mercosul (Parlasul) aprovou nesta terça-feira uma declaração em que condena o presidente Jair Bolsonaro por elogiar o ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, que governou o país entre 1959 e 1989.
O proposta foi apresentada pelo parlamentar paraguaio Roberto Canese, que informou no Twitter que a moção de condenação às declarações de Bolsonaro sobre Stroessner foi aprovada por unanimidade pelos integrantes da comissão.
Para Canese, a "homenagem" prestada por Bolsonaro a Stroessner durante um evento com a presença do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, na hidrelétrica de Itaipu constituíram um fato "extremamente grave".
"Nenhum líder de um país europeu elogia o ditador alemão Adolf Hitler na própria Alemanha porque isso significaria uma ofensa para todos os que sofreram tais crimes contra a humanidade", disse Canese.
O parlamentar paraguaio afirmou que as declarações de Bolsonaro causaram "profunda dor" em centenas de milhares de vítimas da ditadura de Stroessner.
Durante o evento em Itaipu, Bolsonaro quis fazer uma homenagem aos responsáveis pela construção da hidrelétrica. Foi então que, ao lado de Abdo Benítez, o presidente brasileiro disse que a usina só foi possível porque "do outro lado havia um homem com visão, um estadista que sabia perfeitamente que o seu país, o Paraguai, só poderia continuar progredindo se tivesse energia".
"Então, aqui está minha homenagem ao nosso general Alfredo Stroessner", completou Bolsonaro. EFE
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