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Chanceleres do Mercosul discutem crise da Venezuela e preparam declaração

16/07/2019 21h12

Santa Fé (Argentina), 16 jul (EFE).- Os chanceleres dos quatro integrantes do Mercosul discutiram nesta terça-feira em Santa Fé, na Argentina, a crise da Venezuela e prepararam uma declaração que poderá ser assinada por vários outros países da região.

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie, disse em entrevista coletiva que a questão da Venezuela esteve "extremamente presente no diálogo" de hoje, especialmente durante a reunião entre os chanceleres dos países-membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Equador) e dos associados ao bloco (Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Peru, Equador, Guiana e Suriname).

"Falamos do drama da crise venezuelana e da necessidade de os países do Mercosul continuarem reconhecendo e apoiando a luta do presidente interino Juan Guaidó e das forças opositoras ao regime de (Nicolás) Maduro para recuperar a plenitude da democracia", disse Faurie.

O chanceler argentino antecipou que amanhã, quando os presidentes dos países do bloco, entre eles Jair Bolsonaro, se reunirem para a cúpula semestral do Mercosul, será divulgada uma declaração que poderá ser assinada por outros governos se assim o desejarem.

"Preparamos uma declaração à qual aderirão os países do Mercosul e outros associados que entendam que há na Venezuela uma completa falta de democracia", indicou o ministro.

Em agosto de 2017, o Mercosul decidiu suspender a Venezuela do bloco por considerar que houve no país uma "ruptura da ordem democrática" por parte do governo de Maduro.

"O bloco marcou um horizonte de clareza quando consolidou a suspensão do regime de Maduro por violações grosseiras dos direitos humanos", destacou Faurie.

Apesar de a suspensão ter sido decidida por consenso entre os quatro países do bloco, o Uruguai discorda da posição dos demais integrantes do Mercosul sobre como solucionar a crise da Venezuela.

Junto com México, Bolívia e a Comunidade do Caribe (Caricom), o Uruguai criou o Mecanismo de Montevidéu, uma iniciativa que não reconhece Guaidó como presidente interino da Venezuela, como fizeram Brasil, Argentina e Paraguai, e tenta promover um diálogo político entre opositores e o chavismo.

"Os venezuelanos sofrem violações aos direitos humanos ao não terem comida, saúde, água, eletricidade, tudo por obra do colapso que vive o regime e do desgoverno que está neste momento no poder da Venezuela", criticou Faurie.

"Poderemos ajudar a Venezuela no momento em que recupera sua democracia em plenitude, para que comece a trabalhar novamente. Vai levar um longo tempo para colocar o país de pé de novo", concluiu o chanceler argentino. EFE

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