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Trump diz a congressistas democratas de origem estrangeira que retornem a seus países

15/07/2019 06h04

Washington, 15 Jul 2019 (AFP) - O presidente americano, Donald Trump, tuitou neste domingo que as parlamentares democratas de origem estrangeira deveriam retornar a seus países, o que gerou críticas imediatas e o fez ser chamado de racista e xenófobo.

Esta é a mais recente de uma série de declarações polêmicas de Trump, que inclui a de janeiro de 2018, quando ele chamou as nações africanas, Haiti e El Salvador de "países de merda" durante uma discussão sobre imigração.

Em seu tuíte de hoje, Trump não citou especificamente nenhuma congressista, mas sua menção às "representantes democratas progressistas" foi interpretada como uma referência a um grupo de mulheres liberais mais jovens que integram pela primeira vez a Câmara dos Representantes, entre elas Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York; Ilhan Omar, de Minessota; e Rashida Tlaib, do Michigan.

Em seu tuíte, Trump escreveu que estas representantes "vieram de países cujos governos são uma catástrofe completa, os piores, mais corruptos e ineptos" do mundo.

O presidente disse ser "interessante" ver como estas mulheres "dizem aos Estados Unidos, a maior e mais poderosa nação da Terra, como se deve conduzir" o governo. "Por que não retornam e ajudam a consertar os lugares quebrados e infestados de crimes de onde vieram?"

Em outro tuite publicado durante a noite, o presidente escreveu que elas "odeiam Israel com uma verdadeira e desenfreada paixão", em uma mensagem que poderia fazer referência a Omar e Tlaib, envolvidas em polêmicas relacionadas ao Estado hebreu.

Tlaib, que nasceu em Detroit, é a primeira mulher de ascendência palestina eleita para o Congresso.

Omar, que chegou aos Estados Unidos procedente da Somália ainda criança, é a primeira mulher negra e muçulmana a vencer uma eleição parlamentar no país.

"É um tuíte racista", afirmou ao canal Fox News o representante democrata Ben Ray Luján, parlamentar de origem latina que ocupa o cargo de mais alto escalão no Congresso. "Tratam-se de cidadãos americanos escolhidos por eleitores neste país", assinalou.

Alexandria Ocasio-Cortez, que nasceu em Nova York em uma família procedente de Porto Rico, um estado associado aos Estados Unidos, respondeu a Trump com um tuite: "Você está aborrecido porque não pode conceber um país que nos inclua."

A congressista acrescentou que o presidente não aceitará uma nação que veja "a saúde como um direito ou a educação como prioridade número 1. No entanto, aqui estamos." Alexandria é uma das deputadas que defendem estes direitos.

Já Rashida Tlaib assinalou: "Estou lutando contra a corrupção no NOSSO país. É o que faço todos os dias quando, como congressista, faço a sua administração prestar contas."

A líder da Câmara dos Representantes e democrata Nancy Pelosi fez uma crítica em sua conta no Twitter: "Rejeito os comentários xenófobos de @realDonaldTrump , que tentam dividir nossa nação." Segundo Pelosi, os comentários reafirmam que "seu plano para fazer com que a América seja grande outra vez sempre foram sobre fazer com que a América volte a ser branca."

O grupo de direitos civis muçulmanos com sede em Washington Council on American-Islamic Relations rejeitou o tuíte de Trump: "É triste ver o ocupante do Salão Oval passar de empoderar e incentivar insultos raciais a usá-los ele mesmo."

it/bbk/piz/mlslb

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