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Hamas critica líder que pediu a palestinos que matassem judeus

15/07/2019 12h47

Gaza, 15 jul (EFE).- A cúpula do movimento islamita palestino Hamas criticou nesta segunda-feira as declarações de um de seus líderes, Fathi Hamad, que pediu na sexta-feira passada aos palestinos na diáspora que matassem judeus no mundo todo.

Em comunicado oficial, o grupo afirma: "A liderança do Movimento de Resistência Islâmica confirma, após as declarações feitas em uma conferência pelo membro do Escritório Político do Hamas, Fathi Hamad, diante dos manifestantes na Marcha do Retorno e para romper o bloqueio em 12 de julho, que estas declarações não refletem as posições oficiais do movimento e suas políticas adotadas e consistentes, que estabelecem que nossa luta é contra a ocupação da nossa terra e a profanação de nossos lugares sagrados, não um conflito com os judeus no mundo ou com o judaísmo como religião".

A nota acrescenta que o Hamas "já condenou os ataques contra a segurança dos judeus nos seus lugares de oração" e que as marchas do retorno são "manifestações pacíficas que têm como objetivo estabelecer o direito ao retorno e a ruptura do bloqueio imposto na Faixa de Gaza e o consenso nacional sobre a sua popularidade, e que o fato de serem pacíficas não dá permissão à ocupação (Israel) de atacar manifestantes pacíficos e matá-los".

O Hamas exige que os cidadãos de Gaza "cumpram com as decisões da comissão que organiza as marchas" e agradece a ajuda dos mediadores, especialmente o Egito, "pelo seu esforço para acabar com o bloqueio e conseguir a união nacional".

O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, também condenou as declarações e afirmou que "os valores justos da causa palestina incluem o amor pela liberdade, a justiça e a igualdade. A declaração repugnante do líder do Hamas Fathi Hamad sobre os judeus não representa nenhum deles."

Em uma manifestação junto à fronteira na última sexta-feira, Hamad disse: "Nossa paciência acabou. Estamos a ponto de explodir. Se não acabar o bloqueio, explodiremos nossos inimigos, com permissão e glória de Deus. A explosão não será só em Gaza, mas também na Cisjordânia e no exterior, se Deus quiser".

E acrescentou: "Nossos irmãos (na diáspora) ainda estão se preparando. Estão tentando se preparar, estão se aquecendo. Já passaram um tempo treinando. Todos vocês, os sete milhões de palestinos no exterior, já basta de aquecimento. Há judeus por toda parte e devemos atacar qualquer judeu no planeta por meio de assassinatos, se Deus assim permitir". EFE

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