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Huawei quer liderar 5G no Brasil, mas vê país atrás de vizinhos

5G está virando realidade em países vizinhos, mas no Brasil engatinha - Por Gabriela Mello
5G está virando realidade em países vizinhos, mas no Brasil engatinha Imagem: Por Gabriela Mello

09/07/2019 16h54

Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - A chinesa Huawei quer liderar o desenvolvimento da rede 5G no Brasil, mas vê desafios para o país se equiparar a outros mercados latino-americanos na implantação do serviço ultrarrápido, disse um executivo à Reuters.

A maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo testou com sucesso a tecnologia 5G com as quatro principais operadoras do Brasil e as está ajudando na modernização da infraestrutura antes de um aguardado leilão de espectro, afirmou Nicolas Driesen, diretor de tecnologia da Huawei.

"Trabalhamos com 5G desde 2009 e nossa tecnologia de ponta a ponta é competitiva porque permite a reutilização de alguns equipamentos de gerações anteriores", contou ele em uma entrevista à Reuters no fim da semana passada.

A sueca Ericsson e a finlandesa Nokia também estão na corrida para implementação da tecnologia 5G, mas os custos baixos e os relacionamentos de longa data da Huawei a favorecem em boa parte da América Latina.

O presidente norte-americano, Donald Trump, pediu a outros governos mundo afora que evitem a Huawei por causa de temores de espionagem, mas poucos atenderam a esses alertas.

Mesmo com a Huawei empenhada em desenvolver a tecnologia 5G, o Brasil está aquém de outros países da América Latina, de acordo com Driesen.

Em abril, o Uruguai tornou-se o primeiro país latino-americano a implantar a rede 5G para fins comerciais. ?E o México também está um a dois anos à frente do Brasil?, disse o executivo, acrescentando que ainda será possível recuperar o atraso se o leilão marcado para março de 2020 ocorrer a tempo.

Alguns observadores da indústria temem que o processo possa ser adiado, uma vez que as regras do leilão ainda estão sendo definidas.

A Anatel está trabalhando nas normas da licitação após decidir, em maio, que as frequências de 2,3 GHz e 3,5 GHz serão alocadas para tecnologia 5G. Outras bandas como 26 GHz e 700 MHz também podem ser adicionadas ao leilão.

Driesen observou que a indústria de telecomunicações também pode se beneficiar de uma mudança na legislação brasileira que rege a instalação de torres e antenas, uma exigência de longa data do setor.

?Uma boa cobertura 5G mundialmente requer, em média, cinco vezes mais torres, mas aqui as regras variam de uma cidade para outra, tornando todo o processo muito complicado?, afirmou ele.

(Reportagem de Gabriela Mello)

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