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Odebrecht nega ter omitido informações sobre pagamentos de propina

26/06/2019 18h29

São Paulo, 26 jun (EFE).- A Odebrecht afirmou nesta quarta-feira que não omitiu informações às autoridades de Brasil e Estados Unidos em relação aos grandes escândalos de corrupção que protagonizou em diversos países.

Ontem, o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) revelou, a partir de documentos vazados, que as propinas pagas pela empresa foram mais amplas do que as relatadas ao Ministério Público Federal brasileiro (MPF) e ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

"É equivocado afirmar que houve omissão por parte da empresa ou que todos os projetos mencionados nesses documentos têm vinculação com atos de corrupção. É importante ressaltar também que há uma parte relevante de informação disponibilizada pela empresa à Justiça, em diversos países, que não veio a público, em razão da confidencialidade dos processos", disse a Odebrecht em nota.

O relatório publicado pela ICIJ revela que a corrupção da Odebrecht foi muito mais extensa que o admitido, incluindo pagamento de propinas na República Dominicana, Peru, Equador e Venezuela.

"Quando, em dezembro de 2016, a construtora brasileira Odebrecht admitiu seu papel em um esquema de corrupção descrito pelo Departamento de Justiça dos EUA como 'o maior caso de propina no exterior da história' se iniciou uma onda de escândalos políticos", afirmou o ICIJ.

"Mas a Odebrecht não contou toda a história. Uma nova investigação do ICIJ revela que a operação foi muito maior que o admitido pela empresa, e que envolveu figuras proeminentes e enormes projetos de obras públicas não mencionadas até o momento", completou o órgão.

Após a publicação do relatório, a Odebrecht destacou que todos os documentos e testemunhos sobre os fatos acontecidos no passado sobre o extinto setor de Operações Estruturadas, responsável pelo pagamento das propinas, estão há três anos sob posse do MPF e do Departamento de Justiça dos EUA.

"Ou seja, (os documentos) estão disponíveis para os países que celebraram acordos de leniência com a Odebrecht e concluíram o processo de homologação. Este é um procedimento da Justiça adotado internacionalmente. Estabelece a confidencialidade da informação com o objetivo de resguardar os avanços das investigações, respeitando a soberania de cada nação e buscando a eficácia das ações legais contra os acusados", afirmou a empresa no comunicado. EFE

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