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Navio com 42 migrantes desafia Salvini e entra na Itália

26/06/2019 11h20

ROMA, 26 JUN (ANSA) - O navio da ONG alemã Sea Watch 3, com 42 imigrantes a bordo há 13 dias, anunciou nesta quarta-feira (26) que entrou em águas territoriais italianas, desafiando a restrição imposta pelo vice-premier e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini. "Eu decidi entrar no porto de Lampedusa. Eu sei qual é o risco, mas os 42 náufragos a bordo estão exaustos", afirmou a comandante do Sea Watch, Carola Rackete, ressaltando que a decisão foi tomada por motivos "de emergência".   

De acordo com comunicado da embarcação, a situação é "mais desesperadora do que nunca" e justamente por isso a ONG invadiu o limites das águas. O navio havia sido impedido de entrar no mar italiano sob pena de uma multa em até 50 mil euros. O governo da Itália, no entanto, chegou a autorizar o desembarque de 10 pessoas por razões médicas, mas impediu o barco de atracar. Desde o último dia 15 de junho, o Sea Watch 3 se encontrava no limite das águas territoriais italianas, a 15 milhas náuticas da ilha de Lampedusa. A ONG precisou entrar com um pedido de medida cautelar no Tribunal Europeu de Direitos Humanos, em Estrasburgo, na França, para obrigar a Itália a abrir seus portos, mas o recurso foi rejeitado ontem (25). "Nenhuma instituição europeia está disposta a assumir a responsabilidade e defender a dignidade humana na fronteira da Europa no Mediterrâneo. É por isso que temos que assumir a responsabilidade nós mesmos. Entramos em águas italianas, já que não nos restam outras opções para garantir a segurança de nossos hóspedes, cujos direitos básicos foram violados durante tempo suficiente", afirmou o presidente da Sea Watch, Johannes Bayer.   

Segundo ele, a decisão do Tribunal foi um "ato político". Salvini, por sua vez, criticou a invasão e afirmou que isso "é uma provocação política óbvia". "Eles têm usado seres humanos para fins políticos por 13 dias, eles são personagens indescritíveis". Na semana passada, Rackete já havia lançado um apelo para arrecadar doações para o fundo de assistência jurídica da ONG alemã, já que essa medida poderá acarretar em "penas severas na Itália". (ANSA)
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