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Macron diz estar atento para que direitos de Ghosn sejam respeitados no Japão

26/06/2019 09h16

Tóquio, 26 jun (EFE).- O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quarta-feira que "não lhe compete" intervir na situação judicial no Japão do ex-presidente da Renault, o franco-brasileiro Carlos Ghosn, mas acrescentou que Paris "está atenta" quanto à garantia de seus direitos fundamentais.

Macron se pronunciou assim ao ser perguntado sobre o caso de Ghosn em entrevista coletiva em Tóquio ao lado do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, após uma cúpula bilateral realizada durante sua visita oficial ao país asiático.

"Não compete ao presidente da República Francesa se pronunciar sobre um caso judicial em outro país", afirmou Macron, questionado sobre o pedido realizado pela esposa de Ghosn para que interceda por seu marido e se certifique de que seus direitos são preservados no Japão.

Por outro lado, Macron respondeu que é, sim, uma responsabilidade do Estado francês "garantir que os direitos de todos os seus cidadãos sejam legitimamente defendidos no mundo todo", e ressaltou que a Justiça japonesa "é independente" e mantém uma "colaboração cotidiana" com a francesa.

"Eu apoio os princípios de presunção de inocência e do direito à defesa. Continuo atento, como fazemos com todos os nossos cidadãos do mundo, para que esses direitos sejam respeitados neste caso", acrescentou.

Ghosn, que tem passaporte francês, foi detido pela primeira vez no Japão em 19 de novembro de 2018 por supostas irregularidades financeiras relacionadas com suas gratificações como presidente da Nissan Motor, uma detenção que durou 108 dias, antes que fosse concedida uma primeira liberdade sob fiança no início de março.

Ghosn foi detido novamente menos de um mês depois após uma nova acusação de abuso de confiança agravada e foi posto em liberdade após pagar mais uma fiança em 25 de abril.

O ex-diretor e sua defesa negam as acusações de ocultar das autoridades financeiras do Japão parte das compensações econômicas pactuadas com a Nissan, abusar da confiança da companhia japonesa por usar fundos corporativos com fins pessoais e realizar transações não justificadas para ela.

Na mesma coletiva, Macron lembrou que a França é a principal acionista da Renault e que, como tal, o Estado "se atém à sua estratégia de reforçar sua aliança com a Nissan e a boa cooperação com a parte japonesa". EFE

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