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Ehud Barak criará novo partido para derrotar Netanyahu nas eleições

26/06/2019 14h13

Jerusalém, 26 jun (EFE).- O ex-primeiro-ministro trabalhista Ehud Barak anunciou nesta quarta-feira sua volta à política israelense e a criação de um novo partido para as eleições de setembro com a intenção de terminar com o que denominou como "regime" do atual premiê, Benjamin Netanyahu.

"O regime de Netanyahu deve ser derrubado, não salvo", afirmou Barak em entrevista coletiva em Tel Aviv, na qual previu o fim da carreira política do rival na repetição dos pleitos gerais no próximo dia 17 de setembro, após o fracasso na formação de um governo de coalizão.

Na coletiva, Barak falou sobre as acusações por corrupção contra o primeiro-ministro interino, à espera de uma possível formalização em uma audiência com o procurador-geral do Estado, e lhe acusou de liderar um governo com "elementos corruptos e messiânicos".

O ex-líder trabalhista já venceu Netanyahu nas eleições de 1999 e liderou um acidentado e curto governo que terminou com sua renúncia em dezembro do ano 2000 e a convocação de novos pleitos.

Durante seu mandato, Barak teve vários encontros com o líder palestino, Yasser Arafat, com o objetivo de reativar as negociações de paz e aconteceu a polêmica visita do líder do Likud, Ariel Sharon, à Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, no leste ocupado, que abriu passagem à Segunda Intifada.

O ex-chefe de governo se retirou temporariamente da política e retornou ao Partido Trabalhista em 2005, pelo qual ocupou a pasta de Defesa entre 2007 e 2013 em um governo de Netanyahu.

Em 2013, voltou a retirar-se e desde então o Partido Trabalhista foi perdendo apoio progressivamente até chegar a seu pior resultado histórico nos pleitos de abril em Israel, quando conseguiu eleger apenas seis deputados.

O ex-subcomandante do exército israelense, Yair Golan, anunciou que se unirá à nova legenda de Barak e denunciou uma campanha de deslegitimação da esquerda israelense, segundo destacou o portal "Times of Israel".

Nos últimos pleitos de abril, a nova coalizão centrista Azul e Branco, liderada pelo ex-chefe de Estado-Maior do Exército israelense, Beni Gantz, obteve o mesmo número de cadeiras que o Likud de Netanyahu, mas uma câmara de maioria de direita que fazia prever um novo governo liderado por este último.

No entanto, as negociações não prosperaram e em maio foi dissolvido o parlamento israelense e convocadas novas eleições para setembro. EFE

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