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Como novos recursos da Uber e 99 podem proteger usuários e motoristas

Cada aplicativo tem recursos distintos de segurança - Getty Images/iStockphoto
Cada aplicativo tem recursos distintos de segurança Imagem: Getty Images/iStockphoto
do UOL

Felipe Germano

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/06/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Uber e 99 implementam novas funcionalidades para proteger passageiros e motoristas
  • A 99 começará a coletar imagens dos rostos dos condutores para conferir com seus registros
  • Já a Uber ocultará de seus motoristas detalhes de corridas passadas dos passageiros

Aplicativos de carona mudaram a dinâmica do transporte no mundo e no Brasil. Não à toa, sua utilização chegou a ser debatida pelas mais altas esferas do Legislativo e Judiciário brasileiro - entre os assuntos do debate, está a segurança de todos os envolvidos nas plataformas.

O motivo da quente discussão é claro: a novidade também trouxe problemas. Crimes envolvendo motoristas e/ou passageiros não são incomuns: assaltos, sequestros, assassinatos, assédios sexuais e até estupros foram relatados nos últimos anos. A falta de segurança, inclusive, chegou a motivar greves por parte dos motoristas.

A resposta das empresas responsáveis pelos apps está aparecendo com medidas de segurança implementadas periodicamente. Recentemente, tanto a Uber quanto a 99 acrescentaram novidades aos sistemas de proteção a motoristas e passageiros.

99

A 99 foi pelo setor dos dados. Para aumentar a segurança de seus passageiros, a empresa está coletando o maior número de informações sobre quem dirige os carros pelo aplicativo, inclusive detalhes sobre a face dos motoristas.

Uma medida implantada no último mês impõe que, a qualquer momento, motoristas da 99 podem receber uma notificação que pede que eles apareçam em frente à câmera de seu celular. Na tela, é exibido um círculo, onde o motorista deve enquadrar o rosto. As imagens são enviadas para a 99, que analisa se o retratado é o mesmo motorista cadastrado no aplicativo. Se a resposta for negativa, o condutor não poderá usar o aplicativo até regularizar a situação com a empresa.

A comparação é feita com o registro do motorista na Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

"A medida visa estabelecer modelos de redundância que darão proteção adicional aos usuários. Isso significa que, além das análises de documentos que a empresa já executa, outra camada de conferência será adicionada", afirmou a empresa em comunicado ao UOL Tecnologia.

Os motoristas que não se sentirem confortáveis de terem fotos de seus rostos capturados pela 99 terão que parar de utilizar o aplicativo. Isso porque eles já toparam que essas informações sejam coletadas. "Todos os motoristas aceitam uma política específica de reconhecimento facial antes de usar o aplicativo", completa a empresa, em comunicado.

A medida não é a única envolvendo câmeras. A empresa planeja instalar equipamentos de filmagem dentro de veículos. O material será conectado e transmitido para uma central de monitoramento interna.

Se bem-sucedida, a novidade poderá auxiliar em ocorrências de forma mais rápida. As câmeras, segundo a 99, começarão a ser instaladas em setembro. Outra novidade recente é que a 99 passará a avisar o motorista se o passageiro é um usuário frequente - alguns casos de violência são registrados por contas recém-criadas no app.

As iniciativas não começaram aqui. Nos últimos meses, a 99 implementou um botão de segurança que permite uma ligação imediata para a polícia, um algoritmo que identifica denúncias sobre assédios (nos comentários finais sobre corridas) e agiliza o atendimento de vítimas. Além disto, um atendimento 0800 focado em problemas de segurança enfrentados por motoristas e/ou passageiros foi criado - algumas dessas medidas também estão presentes na concorrência.

Uber

A nova iniciativa da Uber vai por outro lado: ela quer diminuir o número de dados - pelo menos os que os condutores terão acesso.

A novidade retira endereços exatos do histórico de corridas dos motoristas. Quando olhar seu histórico, o condutor terá acesso apenas a uma informação sobre a região onde a corrida aconteceu. A medida já funciona nos EUA desde o ano passado.

A ideia é preservar o passageiro, para que o motorista não tenha o registro exato de onde o usuário mora ou trabalha, por exemplo.

A medida também faz parte de um pacote de mudanças recentes focadas na segurança. Mês passado a empresa também começou a coletar informações dos motoristas para comparar com os registros da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).

Em outra ação muito parecida com a da 99, a empresa também começou a utilizar inteligência artificial para identificar casos de assédio ou violações das regras - a principal diferença da concorrente é que na Uber as mensagens analisadas são as do chat.

Outra iniciativa, lançada em 2018, é a construção de um polo brasileiro de desenvolvimento tecnológico focado em segurança. A ideia, que promete estudar medidas para proteger condutores e passageiros, teve um investimento de R$ 250 milhões.

Recentemente, no entanto, ambas empresas tiveram dificuldade de explicar algumas questões, como diferenciar uma notificação de falta de segurança de um condutor ao de um preconceito ao bairro onde o passageiro vive, por exemplo.

Cabify

O aplicativo não tem nenhuma mudança recente envolvendo segurança. No entanto, algumas iniciativas já foram ativadas anteriormente. Assim como os apps da concorrência, a Cabify também oferece um botão de emergência que conecta o usuário diretamente com a polícia e possui uma central de monitoramento que analisa as viagens e responde a eventuais problemas de segurança 24 horas por dia.

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