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Antigo defensor do xisto prevê outra década de expansão nos EUA

Dan Murtaugh e Sharon Cho

25/06/2019 14h50

(Bloomberg) -- Os Estados Unidos serão responsáveis por quase 25% da produção global de petróleo e gás no início da década de 2030, ritmo que continuará sendo impulsionado pelo xisto, segundo o presidente da Rystad Energy.

A produção de xisto, que inclui petróleo, gás liquefeito e condensado, pode atingir 25 milhões de barris por dia, disse Jarand Rystad, presidente da empresa de pesquisa e inteligência, em entrevista em Kuala Lumpur. Os EUA devem responder por cerca de 23% da produção mundial de liquefeitos, bombeando 27% do gás mundial no período, disse.

A expectativa de crescimento é explicada, em parte, pelo aperfeiçoamento das empresas no fraturamento hidráulico, o processo de bombear uma mistura de água e areia em um poço horizontal para criar milhões de pequenas fissuras na rocha de xisto, permitindo que petróleo e gás fluam para a superfície. As empresas de fraturamento hidráulico estão usando mais areia, criando mais fissuras e aumentando a produtividade de cada poço, disse Rystad.

"Tem a ver com areia, cavalos de potência e injeção de água", disse Rystad durante a conferência Asia Oil & Gas. "Esses três parâmetros estão impulsionando os níveis de atividade, e esses são três vezes maiores hoje do que em 2014."

Rystad tem sido um firme defensor do xisto nos EUA desde o início desta década, quando muitos analistas e ministros da Opep não estavam convencidos de que uma revolução na perfuração de gás natural se traduziria em um aumento na produção de petróleo. Ele lembrou de ter sido rotulado de "ridiculamente agressivo demais" em 2012, quando projetou que a produção de xisto aumentaria quatro vezes, para 4 milhões de barris por dia em um prazo de quatro anos. A previsão foi muito baixa, e o xisto transformou os EUA no maior produtor do mundo.

Olhando para o futuro, o otimismo de Rystad também se apoia em seu estudo recente sobre a chamada interferência pai-filho, a preocupação de que a perfuração de um novo poço muito próximo de um antigo reduza a pressão no original e diminua a produção. Embora os resultados tenham sido conflitantes, no geral, o estudo mostrou que as empresas podem empilhar poços mais densamente, criando locais de perfuração suficientes para aguentar de 10 a 15 anos a mais de crescimento da produção, disse.

Repórteres da matéria original: Dan Murtaugh em Cingapura, dmurtaugh@bloomberg.net;Sharon Cho em Cingapura, ccho28@bloomberg.net

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