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Vice ministro da Agricultura chinês é novo diretor geral da FAO

23/06/2019 13h52

O vice ministro da Agricultura, Qu Dongyyu, foi eleito neste domingo (23) diretor geral da FAO, a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, com sede em Roma.

O candidato chinês, 55 anos, biólogo de formação, trabalhou durante 30 anos no setor agrícola e alimentar, no desenvolvimento de tecnologias digitais para agricultura e áreas rurais, onde também introduziu o microcrédito. Qu Dongyyu teve 108 votos - a maioria absoluta no primeiro turno- e será o primeiro chinês a ocupar o cargo.

A candidata francesa, Catherine Geslain-Lanéelle, ex-dirigente da Agência Europeia de Segurança Alimentar, teve 71 votos, e o ex-ministro da Agricultura georgiano, Davit Kirvalidze, obteve 12 votos. Para o novo eleito, trata-se de "uma data histórica."Dongyyu prometeu fazer "o que estivesse a seu alcance para ser imparcial e neutro" e também se comprometeu lutar "concretamente" contra a fome no mundo.

Durante um discurso feito ontem, o novo diretor geral do órgão, que assume em agosto, também propôs associar mais o setor privado, para atrair recursos financeiros e desenvolver os setores agroalimentares, principalmente dos países em desenvolvimento. representante chinês citou como possível sócia da FAO a fundação americana Bill e Melinda Gates, fundada pelo antigo presidente da Microsoft, e também o gigante chinês do varejo Ali Baba.

Desafios

O representante chinês, que estará à frente do órgão de 1 de agosto a 31 de julho de 2023, substituirá o brasileiro José Graziano da Silva, que acumulou dois mandatos. O Brasil apoiou Dongyyu, apesar do alinhamento do governo Bolsonaro com os Estados Unidos, que está em guerra comercial com a China.

O futuro chefe da FAO enfrentará um dos maiores desafios para a humanidade: o aumento da fome no mundo, devido ao efeito combinado do aquecimento global e de conflitos, especialmente na África e no Oriente Médio. Segundo a ONU, uma estratégia real será necessária para alimentar uma população mundial que atingirá 10 bilhões de pessoas em 2050, 2 bilhões a mais do que atualmente.

A segurança alimentar, o desenvolvimento agrícola, a agroindústria, o comércio, a biotecnologia, o clima e o meio ambiente são algumas das questões em discussão. A FAO é uma instância de debate e direção das políticas alimentares mundiais da qual participam representantes de governos, mas com a presença importante de agrônomos e cientistas. Sob a direção do brasileiro Graziano da Silva, a FAO esboçou uma política favorável aos métodos agroecológicos.

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