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Mauritânia elege seu novo presidente

22/06/2019 10h52

Nouakchott, 22 Jun 2019 (AFP) - Os mauritanos votam neste sábado (22) para eleger seu novo presidente, que deverá preservar a estabilidade neste grande país africano, melhorar a situação econômica, bem como a situação dos direitos humanos.

Estas eleições significarão uma transição sem precedentes entre um presidente cessante e seu sucessor eleito, neste país que experimentou numerosos golpes de Estado entre 1978 e 2008.

Mas os cinco adversários do candidato do poder - o ex-general Mohamed Uld Cheikh Mohamed Ahmed, conhecido como Uld Ghazuani - denunciam uma tentativa de perpetuar o regime de Mohammed Uld Abdelaziz, até agora presidente, bem como um risco de fraudes.

Um total de 1,5 milhão de eleitores estão aptos a votar nas seções eleitorais, que fecham às 19h00 GMT (16h00 no horário de Brasília). Os primeiros resultados serão divulgados na próxima semana.

Mohamed Uld Abdel Aziz chegou ao poder mediante um golpe de Estado em 2008, quando era general. Depois foi eleito em 2009 e reeleito em 2014, em votações boicotadas pelos principais partidos da oposição.

Esse presidente garantiu a estabilidade do país, de 4,4 milhões de habitantes, atingido nos anos 2000 por ataques jihadistas e sequestros.

Abdel Aziz reconstruiu o exército, implementou maior vigilância no território e promoveu o desenvolvimento nas regiões mais remotas.

Para suceder este presidente que já cumpriu os seus dois mandatos constitucionais, o poder escolheu como candidato o seu companheiro de armas, o seu chefe de Estado Maior e posteriormente ministro da Defesa.

Qualquer outra opção significaria um "retrocesso", disse o presidente em fim de mandato, que prevê uma eleição já no primeiro turno de seu aliado.

No entanto, quem aparece como seu rival mais proeminente, o ex-chefe do governo de transição (2005-2007) Sidi Mohamed Uld Bubacar, estima que a "maioria dos mauritanos quer virar a página" desses dez anos.

Uld Bubacar tem o apoio de uma ampla coalizão que inclui o partido islâmico Tewassul, o principal partido da oposição, e o rico e poderoso empresário Mohamed Uld Buamatu.

A Mauritânia é uma sociedade marcada por disparidades entre as comunidades áraboberber, haratin (descendentes de escravos de amos araboberberes, com quem comartilha a cultura) e afromauritana, próxima de grupos étnicos subsaarianos.

No plano econômico, os candidatos prometeram uma melhoria nas condições de vida.

O crescimento da economia - de 3,6% em 2018 - permanece insuficiente para a evolução demográfica do país, de acordo com um relatório do Banco Mundial (BM) divulgado em maio passado.

No entanto, o Banco Mundial elogiou a recuperação na Mauritânia da "estabilidade macroeconômica", com projeções de crescimento anual de 6,2% em média para o período 2019-2021.

Mas a instituição multilateral pede que os obstáculos que pesam sobre o setor privado sejam levantados no país, especialmente as dificuldades de "acesso ao crédito" e "corrupção".

sst-hos/jlb/me/pc/mr

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